Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://hdl.handle.net/10923/10521
Tipo: masterThesis
Título: Relação entre traumas na infância e depressão em idosos cadastrados na Estratégia de Saúde da Família
Autor(es): Novelo, Marta
Orientador: Argimon, Irani Iracema de Lima
Editor: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Fecha de Publicación: 2017
Palabras clave: IDOSOS
DEPRESSÃO
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
GERONTOLOGIA
Resumen: Introdução: examinar os fatores que estão associados à manifestação da depressão ampara-se no fato de ela ser uma doença de alta prevalência em idosos. Além disso, a exposição às situações adversas, principalmente no período da infância, parece ter importante influência na manifestação da depressão. Objetivo: estudo transversal que visa examinar a relação entre maus-tratos na infância com depressão em idosos, a partir do banco de dados originado pelo Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos cadastrados na estratégia de saúde de Porto Alegre (EMI-SUS). Método: a amostra é aleatória e composta por 449 idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Porto Alegre e que vivem em baixa condição socioeconômica. Foi estimada a prevalência de situações adversas sofridas na infância, reportada por idosos e medida através do Questionário de Traumas Infantis (CTQ), com o intuito de examinar associações com fatores sociodemográficos e depressão geriátrica atual, obtida através da Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens (GDS-15). Resultados: a amostra foi prevalentemente feminina (64,1%), com idade entre 65 e 75 anos (46,1%), de brancos/caucasianos (67,2%). A maioria detinha nível de educação formal muito baixa, de 4 anos ou menos (35,4%), com uma parcela significativa de analfabetos (25,8%). Quanto à renda, 57,7% da amostra recebia valor menor do que 1 (um) salário mínimo ou não tinha nenhuma renda (8%). A depressão foi mais prevalente em idades mais avançadas (31,6%), negros (33,9%), analfabetos (39,7%), sem renda (44,1%) e divorciados (33,2%). Em relação às experiências de maus-tratos, muitos sujeitos relataram ter sofrido algum tipo abuso ou negligência durante a infância (35,7%). Observaram-se frequências mais altas nos relatos de Negligência Emocional (47,3%) e Abuso Emocional (43,5%). Os subtipos de maus-tratos apresentaram odds ratio e IC 95%: Negligência Emocional [2.822 (1.698-4.692)], Abuso Emocional [2.252 (1.351-3.754)], Negligência Física [1.912 (1.179-3.103)], Abuso Físico [1.754 (1.076-2.861)], sendo que todos foram associados independentemente com a depressão geriátrica atual. A depressão grave foi associada de forma significativa com Abuso Emocional [4.193 (1.752-10.036)], Negligência Emocional [3.543 (1.489-8.429)] e Abuso Físico [3.014 (1.245-7.296)]. Na sobreposição de maus-tratos, no modelo ajustado, uma razão de chance crescente de depressão geriátrica atual foi encontrada, em que foram associadas de forma significativa para dois [3.298 (1.600-6.796)], três 3.108 (1.359-7.111), quatro [3.813 (1.643- 8.933)] e cinco [4.394 (1.300-14.853)] experiências de maus-tratos. Uma relação crescente entre sobreposição de maus-tratos e depressão foi observada nos grupos com depressão grave, sendo significativos os resultados da sobreposição de três [4.570 (1.286-16.235)] e de quatro [5.666 (1.602-20.034)] tipos de experiências de maus-tratos Conclusões: os principais achados mostram que indivíduos que apresentaram depressão geriátrica atual relataram ter sofrido mais abuso e/ou negligência física e emocional. Ademais, há indícios que abuso e negligência emocional em conjunto com a sobreposição de experiência de maus-tratos têm contribuído para a severidade da depressão. Ressalta-se que esses elementos foram encontrados dentro de um contexto relevante, de uma população homogênea, multiétnica, de baixa renda e de baixa escolaridade
Introduction: Depression is a highly prevalent disease in the elderly, warranting further investigation of the factors associated with its occurrence. In addition, exposure to adverse conditions, especially in childhood, would appear to have an important influence on the manifestation of this disease. Objective: A cross-sectional study aimed to examine the relationship between maltreatment in childhood with depression in the elderly, based on data originating from the research, Epidemiological and Clinical Study of the Elderly, enrolled in the health strategy of Porto Alegre (EMI-SUS). Methods: A random sample comprised of 449 elderly participants, living in low socioeconomic conditions, and enrolled in the Family Health Strategy (FHS) program in the city of Porto Alegre. The prevalence of adverse childhood experiences was estimated, as reported by the elderly and measured using the Childhood Trauma Questionnaire (CTQ), with the aim of examining associations with sociodemographic factors and current geriatric depression, obtained from the 15-item Geriatric Depression Scale (GDS-15). Results: The sample was predominantly white/Caucasian (67.2%), female (64.1%), and aged 65-75 years (46.1%). The majority had a personal income of less than one minimum salary (57.7%) or had no income (8%), and had a very low formal education level of 4 years or less (35.4%), with a significant number being illiterate (25.8%). Depression was more prevalent in the elderly of a more advanced age (31.6%), divorced (33.2%), black (33.9%), illiterate (39.7%), and with no income (44.1%). Many participants reported experiences of maltreatment during childhood, having suffered some form of abuse or neglect (35.7%). Higher frequencies of emotional neglect (47.3%) and emotional abuse (43.5%) were observed in the reports. The odds ratios with 95% confidence intervals for the maltreatment subtypes were: Emotional Neglect [2.822 (1.698-4.692)], Emotional Abuse [2.252 (1.351-3.754)], Physical Neglect [1.912 (1.179-3.103)], and Physical Abuse [1.754 (1.076-2.861)], all of which were independently associated with current geriatric depression. Severe depression was significantly associated with Emotional Abuse [4.193 (1.752-10.036)], Emotional Neglect [3.543 (1.489-8.429)], and Physical Abuse [3.014 (1.245-7.296)]. In the adjusted model considering the overlapping of maltreatment, a rising odds ratio was found for current geriatric depression in which it was significantly associated with two [3.298 (1.600-6.796)], three 3.108 (1.359-7.111), four [3.813 (1.643-8.933)] and five [4.394 (1.300-14.853)] types of maltreatment experience. Conclusion: The main findings revealed that individuals presenting current geriatric depression more frequently reported having suffered physical and emotional abuse and/or neglect. Moreover, there is evidence that emotional abuse and neglect, coupled with an overlapping experience of maltreatment, contributed to the severity of depression. It is important to note that these elements were found within the context of a low-income, low-education level, homogeneous and multiethnic population.
URI: http://hdl.handle.net/10923/10521
Aparece en las colecciones:Dissertação e Tese

Ficheros en este ítem:
Fichero Descripción TamañoFormato 
DIS_MARTA_NOVELO_COMPLETO.pdf2,03 MBAdobe PDFAbrir
Ver


Todos los ítems en el Repositorio de la PUCRS están protegidos por derechos de autor, con todos los derechos reservados, y están bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional. Sepa más.