Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/13587
Tipo: masterThesis
Título: Terapia imunológica oral em recém-nascidos prematuros: análise dos resultados da implantação de um protocolo assistencial
Autor(es): Salcher, Fernanda Gava
Orientador: Fiori, Humberto Holmer
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Data de Publicação: 2018
Palavras-chave: RECÉM-NASCIDO
PREMATUROS
LACTAÇÃO
MEDICINA
Resumo: INTRODUÇÃO: A colostroterapia, também chamada de terapia imunológica oral, é a administração do colostro por via orofaríngea para recém-nascidos prematuros e pode ser iniciada nas primeiras seis horas de vida. São administradas pequenas doses de colostro na mucosa oral e trato respiratório superior do recém-nascido, o que poderá exercer efeito protetor sobre a membrana da mucosa. Além disso a imunoglobulina A, as citocinas colostrais, os agentes antioxidantes e todos os agentes anti-infecciosos podem interagir com células linfoides dentro da orofaringe, estimulando a função imunológica do bebê. Recentemente estudos relatam a importância do colostro administrado pela via orofaríngea, principalmente para o prematuro de extremo baixo peso, com efeitos nutricionais e de defesa imunológica já demonstrados. Quanto mais prematuro o bebê, mais ele se beneficiará da exposição precoce ao colostro. OBJETIVO: Estimar o índice de sucesso após a implantação de um protocolo de administração de colostro em recém-nascidos prematuros de baixo peso, no Hospital Saúde, em Caxias do Sul/RS. METODOLOGIA: O estudo ocorreu entre março e julho de 2017, após a aprovação ética do projeto. Os participantes foram 41 pares mãe/bebê cujas mães, após assinatura do consentimento livre e esclarecido, fizeram tentativas de esgotar a mama para prover colostro aos seus filhos. Foram incluídos prematuros entre 24 e 32 semanas que tinham indicação de colostroterapia, prescrita pelo médico, sendo iniciadas as tentativas de esgota da mama antes das seis horas de vida do recém-nascido. Utilizaram-se dois instrumentos de coleta de dados criados pela pesquisadora, um com informações sobre as mães e sobre os recém-nascidos e o outro para a equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal responder. Após a observação da tentativa de se esgotar ou não o colostro, foram contempladas as questões do instrumento de coleta, como se a puérpera conseguiu esgotar 0,2 mL de leite ou não, ou se conseguiu esgotar a mama antes das seis horas. Através do prontuário de cada bebê, foram coletados os dados sobre a administração. Observou-se se houve queda de saturação de oxigênio e/ou aumento das frequências respiratória e cardíaca na hora da administração da colostroterapia. Considerou-se como sucesso da colostroterapia a administração de pelo menos uma dose de colostro dentro das primeiras 72 horas de vida, sendo o índice de sucesso referido como porcentagem dos casos que obtiveram sucesso entre todos os incluídos. RESULTADOS: Entre os 41 prematuros incluídos no protocolo, 19 (46,3%) receberam pelo menos uma dose de colostro dentro das primeiras 72 horas de vida e 22 (53,7%) não receberam a colostroterapia. Houve associação entre conseguir esgotar a mama mais precocemente e o bebê conseguir receber a colostroterapia, independentemente do momento em que a recebeu. Todos os 22 casos de insucesso da colostroterapia se deveram à não obtenção de colostro dentro das 72 horas pós-parto. Não houve associação entre o fato de conseguir ou não coletar o colostro e a idade materna, ou a idade gestacional. Não houve nenhum evento adverso, como alteração nas frequências respiratória e cardíaca ou diminuição da saturação de oxigênio, nos 19 RN que receberam colostro por via orofaríngea. Em relação à percepção da equipe assistencial quanto à colostroterapia, mais da metade referiu ser conhecedor parcial da prática e apenas um sentia-se totalmente conhecedor. Entretanto, a maior parte da equipe assistencial (83,4%) referiu estar satisfeita, muito satisfeita ou totalmente satisfeita com a implantação do protocolo da colostroterapia. CONCLUSÕES: Em geral, este estudo demonstrou dificuldades na implantação do protocolo de colostroterapia a prematuros no Hospital Saúde de Caxias do Sul. Foram revelados os empecilhos para o sucesso de um protocolo de colostroterapia, os quais residiram principalmente no fato de que as puérperas tiveram dificuldade em esgotar a mama nos primeiros dias após o parto prematuro e, como consequência, a maioria dos recém-nascidos não conseguiu receber o colostro materno dentro dos primeiros três dias de vida. Nos casos de sucesso, a satisfação da mãe pelo fato do filho receber o seu colostro foi compensadora. Faltou maior aprofundamento no treinamento da equipe assistencial. Os resultados trouxeram dados importantes que podem ser aproveitados na execução de um novo protocolo, na mesma unidade, assim como em outras unidades com as mesmas características. Estudos adicionais devem ser realizados para revelar formas de obter melhor sucesso na aplicação do protocolo de colostroterapia, suplantando as dificuldades da esgota precoce da mama, podendo assim auferir os benefícios da administração de colostro por via orofaríngea aos prematuros.
INTRODUCTION: Colostrum therapy, also called oral immunological therapy, is the administration of colostrum via the oropharyngeal route to preterm infants and can be started within the first six hours of life. Small doses of colostrum are administered to the oral mucosa and upper respiratory tract of the infant, which may exert a protective effect on the mucosal membrane. In addition, immunoglobulin A, colostrum cytokines, antioxidant agents and all anti-infective agents may interact with lymphoid cells within the oropharynx, stimulating the infant's immune function. Recently, studies have reported the importance of colostrum administered by the oropharyngeal route, especially for extremely low birth weight preterm infants, with nutritional and immune defense effects already demonstrated. The more premature the baby, the more it will benefit from early exposure to colostrum. OBJECTIVE: To estimate the success rate after implantation of a colostrum administration protocol in low birth weight preterm infants at the Hospital Saúde, in Caxias do Sul, RS. METHODOLOGY: The study took place between March and July 2017, after the ethical approval of the project. The participants were 41 mother / baby pairs whose mothers, after signing the free and informed consent, made attempts to exhaust the breast to provide colostrum to their children. Preterm infants between 24 and 32 weeks of age who had an indication of colostrum therapy prescribed by the physician were included, and attempts were made to exhaust the breast before six hours of the newborn's life. Two data collection instruments created by the researcher were used, one with information about mothers and newborns and the other for the Neonatal Intensive Care Unit nursing team to respond. After the observation of the attempt to obtain the colostrum, the questions of the collection instrument were considered, as if the puerpera managed to exhaust 0.2 mL of colostrum or not, or if the breast was exhausted before six hours. Through the charts of each baby, the data on administration were collected. It was observed if there was a decrease in oxygen saturation and / or an increase in respiratory and cardiac frequencies at the time of administration of colostrum. The success of colostrum therapy was considered to be the administration of at least one dose of colostrum within the first 72 hours of life, and the success rate was reported as a percentage of the cases that were successful among all included. RESULTS: Among the 41 premature infants included in the protocol, 19 (46.3%) received at least one dose of colostrum within the first 72 hours of life and 22 (53.7%) did not receive colostrum. There was an association between being able to deplete the breast earlier and the baby to be able to receive colostrum, regardless of when it was received. All 22 cases of colostrum failure were due to failure to obtain colostrum within 72 hours postpartum. There was no association between whether or not colostrum could be collected and maternal age or gestational age. There were no adverse events, such as alterations in the respiratory and cardiac frequencies or decrease in oxygen saturation, in the 19 infants who received oropharyngeal colostrum. Regarding the perception of the professional care team about colostrum therapy, more than half reported being partially knowledgeable about the practice and only one felt totally knowledgeable. However, most of the care team (83.4%) reported being satisfied, very satisfied or totally satisfied with the implementation of the colostrum protocol. CONCLUSIONS: In general, this study demonstrated difficulties in the implantation of the protocol of colostrum therapy to premature infants at Hospital Saúde in Caxias do Sul. The obstacles to the success of a protocol of colostrum therapy were revealed, which mainly resided in the fact that the puerperae had difficulty in exhausting the breast in the first few days after preterm birth, and as a consequence, most newborns were unable to receive maternal colostrum within the first three days of life. In successful cases, the mother's satisfaction with the fact that the child received her colostrum was rewarding. There was a insufficient deepening in the training of the professional care team. These results brought important data that can be used in the execution of a new protocol, in the same unit as well as in other units with the same characteristics. Additional studies should be performed to reveal ways to achieve better success in the application of colostrum therapy protocol, supplanting the difficulties of early breast exhaustion, and can thus benefit from the administration of oropharyngeal colostrum to premature infants.
URI: http://hdl.handle.net/10923/13587
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