Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/14010
Tipo: doctoralThesis
Título: Depressão materna no período perinatal e macroarquitetura do sono ao final do primeiro ano de vida
Autor(es): Halal, Camila dos Santos El
Orientador: Nunes, Magda Lahorgue
Hallal, Pedro Rodrigues Curi
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde
Data de Publicação: 2018
Palavras-chave: TRANSTORNOS DE SONO
DEPRESSÃO
MATERNIDADE
LACTENTES
MÃES E FILHOS
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Resumo: O período que se estende da gestação até os meses seguintes ao parto, apesar de normalmente associado a sentimentos positivos, representa um momento de grande vulnerabilidade ao desenvolvimento de quadros depressivos maiores. A depressão perinatal é um distúrbio frequente, cujas consequências se estendem para além da mulher acometida, potencialmente exercendo efeito sobre a relação com o parceiro e o funcionamento familiar. Exposição precoce a depressão materna associa-se a menores taxas de amamentação, prejuízo do vínculo com o bebê, e consequentes efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento infantis. Evidências associam a depressão perinatal a distúrbios do sono da criança desde o período neonatal, sob a forma de maior número de despertares noturnos, menor duração de sono e maior fragmentação. O sono, por sua vez, exerce papel primordial no desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança, e seus distúrbios, em um período crucial do desenvolvimento cerebral, podem favorecer disfunções significativas e permanentes. Existe uma importante heterogeneidade em relação tanto ao delineamento dos estudos que associam depressão materna a distúrbios do sono na criança, quanto ao momento de avaliação do sono, que sofre mudanças significativas no decorrer dos primeiros doze meses de vida. Com isso, a avaliação dessa possível associação fica prejudicada, assim como a mensuração de suas consequências a longo prazo. Este estudo objetivou investigar a presença de associação entre depressão perinatal e alterações da macroarquitetura do sono de lactentes com um ano de vida, participantes de uma coorte de nascimentos. Neste estudo de base populacional, o recrutamento ocorreu desde a gestação até logo após o parto, visando incluir todos os nascidos vivos na cidade de Pelotas no transcorrer de 2015. Participantes de uma das intervenções aninhadas à coorte e aqueles sem informações referentes à depressão materna foram excluídos desta análise. Para diagnóstico de depressão perinatal, foi aplicada a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) na gestação e 3 meses após o parto, tendo sido consideradas deprimidas as mães com pontuação ≥13 em um ou ambos os acompanhamentos. O sono dos lactentes foi avaliado aos 3 meses através do Brief Infant Sleep Questionnaire (BISQ) e, aos 12 meses, a partir dos mesmos dados subjetivos somados a informações objetivas obtidas a partir de 24 horas contínuas de actigrafia. Os principais desfechos de sono analisados foram o número de despertares noturnos, duração da vigília noturna, e tempo total de sono em 24 horas. A amostra constituiu-se de 2.222 mães e lactentes, na qual a prevalência de depressão perinatal foi de 22,3% (IC95% 20,5-24). Pelo BISQ, as análises ajustadas através de regressão de Poisson mostraram maior risco para >3 despertares noturnos aos 12 meses entre filhos de mães deprimidas (RR 1,52; IC95% 1,06-2,18; p=0,02). No entanto, a avaliação dos dados actigráficos não confirmou este achado (RR ajustado=1,24; IC95% 0,85-1,81; p=0,26). Não houve associação entre depressão perinatal e as demais variáveis do sono. Este estudo sugere um potencial papel definidor da impressão disfuncional entre mães com história de depressão perinatal sobre as características do sono dos lactentes ao final do primeiro ano de vida.
The period extending from pregnancy to the months following delivery, although usually associated to positive feelings, represents a moment of great vulnerability to the development of major depressive disorders. Perinatal depression is a frequent pathology, and its consequences extend beyond the mother, potentially affecting the relationship with her partner and family functioning. Early exposure to maternal depression is associated to lower breastfeeding rates, impairment of mother-infant bonding, and consequences over child growth and development. Perinatal depression has been linked to infant sleep disturbances as early as in the neonatal period, with description of more night wakings, shorter sleep duration and more fragmented sleep. Sleep plays a fundamental role in child cognitive, social, and emotional development, and its disturbances, in a crucial moment of brain development, may facilitate significant and persistent dysfunctions. Studies associating maternal depression to child sleep disturbances show important heterogeneity in terms of design as in moment of sleep assessment. Sleep patterns go through important changes throughout the first twelve months of life, rendering impaired the association’s precise evaluation, as well as that of its potential long-term consequences. This study aimed to investigate the association between perinatal depression and altered infant sleep macrostructure at one year of life among participants in a birth cohort. In this population-based study, recruitment was carried out from pregnancy to soon after delivery, aiming to include all livebirths in the municipality of Pelotas throughout the year of 2015. Participants to one or both cohort-nested trials and those lacking information on maternal depression were excluded from these analyses. For the diagnosis of perinatal depression, the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) was completed during pregnancy and 3 months after delivery, having been considered perinatally depressed mothers who scored ≥13 points in one or both follow-ups. Infant sleep was assessed at 3 months through the Brief Infant Sleep Questionnaire (BISQ) and, at 12 months, through the same subjective questionnaire added to objective data derived from continuous 24-hour actigraphy. Main sleep outcomes were number of night time wakings, night vigil time and total sleep duration in 24 hours. The sample consisted of 2222 mothers/infants, in which prevalence of perinatal depression was of 22.3% (CI 95% 20.5-24). Adjusted analyses using Poisson’s regression from BISQ-derived data showed greater risk of >3 night time wakings at 12 months among infants of depressed mothers (RR 1.52; CI 95% 1.06-2.18; p=0.02). Actigraphic data did not, however, confirm those findings (adjusted RR=1.24; CI 95% 0.85-1.81; p=0.26). No association was found between perinatal depression and the other investigated sleep variables. This study suggests a potential defining role of dysfunctional cognition among mothers with a history of perinatal depression on infant sleep characteristics at the end of the first year of life.
URI: http://hdl.handle.net/10923/14010
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