| Resumo: | A maneira de ensinar mudou ao longo dos séculos, assim como a representação e o papel do profissional de referência desta área. O professor já foi visto e tratado como escravo, “detentor de todo o saber”, “disciplinador”, “doutrinador político” e, também, como o responsável por suprir as lacunas educacionais deixadas pela família e pela sociedade. A imprensa, por sua vez, em suas matérias jornalísticas, cria estereótipos e mitos ao realizar, transformar e idealizar o papel desse sujeito e, também, dos demais envolvidos no processo de aprendizagem, ora enaltecendo-os, ora relativizando-os. Em face disso, o presente trabalho tem como objetivo geral conhecer a representação do professor na Revista Veja ao longo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (entre os anos 2003 e 2010), contemplando a produção de sentidos. Queremos compreender e explicar como se dá a construção da imagem desse profissional e analisar a idealização projetada sobre ele nas reportagens publicadas nessa revista que está entre as de maior circulação mundial. Para tal, faremos uma pesquisa de cunho qualitativo utilizando como opções metodológicas o paradigma da complexidade, de Edgar Morin, e a análise do discurso, na linha de Eni Orlandi. O recorte de tempo foi definido ao realizarmos um levantamento prévio e identificarmos uma concentração maior de publicações sobre o tema educação nesse período. Das reportagens analisadas, extraímos as seguintes dimensões: o professor aprendente; o professor sob o sistema meritocrático; o “papel” do professor; o professor doente e sob pressão; e o professor de “esquerda”. De modo geral, as reportagens adotaram um viés negativo e ideológico caracterizando o professor como um profissional descomprometido com o ensino e com seus alunos, despreparado, estressado e com posicionamento político de esquerda, considerado defasado, tal qual seus defensores. Quanto mais repetida foi a imagem desse profissional no avançar das publicações, tanto mais silenciados foram esses sujeitos. Exemplos positivos provenientes de outros países foram apresentados, mas sem a exemplificação de como seriam passíveis de adaptação no Brasil. Ao invés de plural, realizando a interlocução entre diferentes posicionamentos, discussões e vozes, mostrou-se um veículo parcial, mantendo claramente seu posicionamento político conservador.
The way of teaching has been changing along the centuries as well as the professionals’ representation and role regarding this area. Teachers had been already seen and treated as slaves, the ones who are the ‘knowledge holders’, disciplinarians, politics commentators and also as being the responsible ones for fulfilling the educational gaps left by family and society. The press, therefore, in its journalistic issues, makes up stereotypes and myths while it performs change and idealize this subject’s role herewith the others who are involved in the process of learning, sometimes praising or relativizing them. In view of that, the present work has as its general aim to know the professor representation at Veja Magazine along the govern of Luiz Inácio Lula da Silva (between 2003 and 2010), considering the production of senses. We wish to comprehend and explain how this professional’s image construction is made and analyse the idealization projected on him in the post published in this magazine which is among the world greatest circulation taker. For this purpose, we are making a research under qualitative imprint making usage of the complexity paradigm – from Edgar Morin – on methodological options as well as the speech analysis in the view of Eni Orlandi. The timing cutting was defined when we accomplished a pre research as we identified a greater concentration of periodicals on the education theme in this period. From the reports analysed, we could extract the following dimensions: the learning professor; the professor under the meritocratic system; the professor´s role; the sick and under pressure professor; and “leftist” professor. On the whole, the reports adopted a negative and ideological view characterizing professors as professionals who are uncommitted towards learning and their students. One who is unprepared, stressful and leftist politics based being considerably called lagged just like their defenders are. The more repetitive the image of this professional was when the publications advanced, more silent these subjects became. Positive examples – provided from other countries – were presented. However, there was no exemp lification of how they could be adaptable in Brazil. Instead of being plural by making the interlocution among different positions, discussions and voices, they were rather a partial vehicle by keeping their conservative politics positioning. |
