Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/3663
Tipo: masterThesis
Título: Avaliação da marcha durante a realização de atividades simultâneas em pacientes com Doença de Parkinson
Autor(es): Wild, Lucia Bartmann
Orientador: Bromberg, Elke
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Data de Publicação: 2012
Palavras-chave: MEDICINA
DOENÇA DE PARKINSON
DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO
ATIVIDADES COTIDIANAS
TRANSTORNOS MOTORES
Resumo: INTRODUÇÃO: As alterações da marcha são características da Doença de Parkinson (DP) e um dos aspectos mais incapacitantes desta patologia. Para contornar os déficits dos gânglios da base, responsáveis pelos componentes automáticos da marcha, os pacientes com DP recrutam recursos atencionais na tentativa de gerar uma marcha mais próxima da normal, entretanto, alterações de atenção também fazem parte do quadro clínico desta doença. Desta forma, pacientes com DP podem apresentar dificuldade na realização simultânea de diferentes atividades, como caminhar e conversar, apresentando um risco aumentado de quedas quando tentam realizá-las, com um profundo impacto negativo na qualidade de vida e no bem estar do paciente.OBJETIVO: Investigar os efeitos de atividades simultâneas (caminhada com atividades cognitivas) sobre os parâmetros da marcha em pacientes com Doença de Parkinson.METODOLOGIA: Participaram deste estudo 18 pessoas saudáveis e 18 pacientes com DP acima de 50 anos na fase on da medicação antiparkinsoniana, com tempo de doença entre 3 e 15 anos e início dos sintomas parkinsonianos acima dos 40 anos. Os pacientes incluídos preencheram os critérios diagnósticos da Doença de Parkinson idiopático provável com base na avaliação clínica e resposta a levodopa e agonistas da dopamina. Foram excluídos pacientes com: uso de medicações psicotrópica, exceto antidepressivos; distúrbio psiquiátrico ou neurológico outro que não DP; neurocirurgia prévia; déficits sensoriais e/ou motores incompatíveis com as atividades propostas; pontuação no Teste de Miniexame do Estado Mental (MEEM) indicativo de demência; pontuação no Inventário de Depressão de Beck (BDI) compatível com depressão e pontuação na escala de Hoehn and Yahr maior que 2,5. Os critérios de exclusão para o grupo de padronização da intervenção foram os mesmos que para os pacientes com DP, exceto em relação a distúrbios psiquiátricos, neurológicos e de marcha, que estavam ausentes. Para avaliar função executiva, flexibilidade mental e atenção foi utilizado o Teste de Cartas de Wisconsin (64 cartas, versão computadorizada) e o Teste de Stroop. As manifestações motoras dos pacientes com DP foram avaliadas pela Escala Unificada de Avaliação para Doença de Parkinson (UPDRS) parte III. A avaliação da marcha foi realizada em um corredor com as seguintes tarefas: marcha usual, marcha ouvindo texto, marcha contando fonema e marcha com cálculos aritméticos. Para a realização da coleta de dados, utilizamos a cinemetria com uma câmera posicionada lateralmente ao indivíduo.Foi avaliado um ciclo de passada por uma análise bidimensional (2D) a partir da digitalização das imagens no software Dvideow (6. 3) e para o processamento dos dados utilizou-se uma rotina criada no programa Labview (8. 5). Os parâmetros analisados foram: o tempo de contato médio, comprimento da passada, freqüência da passada, tempo de balanço, velocidade, tempo de duplo apoio e tempo de apoio relativo. As características demográficas, clínicas e neuropsicológicas dos pacientes foram analisadas através do Teste T e pelo qui-quadrado. Para comparar os parâmetros da marcha entre pacientes com Doença de Parkinson e Controles foi utilizado o Teste T para amostras independentes. Análise de variância (ANOVA), que incluiu uma variável entre participantes (grupo: pessoas saudáveis e pacientes com DP) e uma variável intra-participantes (diferentes condições de caminhada) foi utilizada para analisar os parâmetros da marcha. Diferenças entre os grupos foram verificadas com Testes T para amostras independentes e comparações múltiplas das diferenças entre médias do grupo foram verificadas com Teste T para amostras dependentes (ajustes de intervalo de confiança com as correções de Bonferroni). Os dados foram expressos como média ± erro padrão e os valores de p<0,05 foram utilizados como indicativo de significância estatística.RESULTADOS: Os pacientes com DP completaram menos categorias, tiveram mais erros e menos acertos no Teste de Cartas de Wisconsin. No Teste de Stroop, apesar de não haver diferença significativa entre os grupos no Stroop palavras e no Stroop cores, o grupo com DP apresentou um desempenho significativamente pior do que o grupo de controles no Stroop palavras-cores, demonstrando uma menor atenção e menor flexibilidade mental nos pacientes com DP. Os pacientes com DP mostraram maior tempo de contato relativo e menor comprimento da passada e velocidade da marcha do que indivíduos controle em todas as situações de marcha. A marcha com cálculo alterou significativamente os parâmetros dos indivíduos controles saudáveis (aumento do tempo de contato médio e relativo, tempo de balanço médio e de duplo apoio e diminuição da velocidade, comprimento da passada e frequencia) e dos pacientes com DP (aumento do tempo de contato médio, tempo de contato relativo e de duplo apoio e diminuição da frequencia, velocidade e comprimento da passada). CONCLUSÃO: Os pacientes com Doença de Parkinson já partiram de uma marcha usual com maior estratégia de estabilidade, enquanto os controles buscaram esta estratégia para estabilidade quando associaram marcha à tarefa cognitiva. De uma forma geral os resultados indicam que, apesar dos pacientes apresentarem alterações da marcha compatíveis com sua patolologia, o padrão de ajustes da mesma durante atividades simultâneas é semelhante àquele de indivíduos saudáveis sugerindo que os pacientes com Doença de Parkinson (em fases iniciais da doença e no período on da medicação) apresentaram respostas adaptativas para evitar quedas e lesões.
INTRODUCTION: The gait’s changes are characteristic of Parkinson's disease (PD) and one of the most disabling aspects of this pathology. To overcome the deficits of the basal ganglia, responsible for the automatic components of the gait, patients with PD recruit intentional resources in an attempt to generate a near normal gait; however, shifts in attention are also part of the clinical aspects of this disease. Thus, patients with PD may have difficulty in achieving a number of different activities such as walking and talking, presenting an increased risk of falls when trying to perform them with a profound negative impact on quality of life and well being of the patient.OBJECTIVE: To investigate the effects of concurrent activities (walking with cognitive activities) on the parameters of gait in patients with Parkinson's disease.METHODS: The study included 18 healthy people and 18 PD patients over 50 years on the stage on of the antiparkinsonian medication, with disease duration between 3 and 15 years and early parkinsonian symptoms over 40 years. The patients included fulfilled the diagnostic criteria of probable idiopathic Parkinson's disease based on clinical assessment and response to levodopa and dopamine agonists. Exclusion criteria included: use of psychotropic medications, except for antidepressants, psychiatric or neurological disorder other than PD; prior neurosurgery, sensory deficits and/or engines incompatible with the proposed activities; Mini Mental Status Examination (MMSE) score indicative of dementia, scores on the Beck Depression Inventory (BDI) consistent with depression and score on the Hoehn and Yahr greater than 2. 5. Exclusion criteria for the standardization of the intervention group were the same as for patients with PD, except in relation to psychiatric disorders, neurological and gait, which were absent. To assess executive function, attention and mental flexibility was used for Wisconsin Card Test (64 cards, computerized version) and Stroop Test. The motor manifestations of PD patients were evaluated by the Unified Rating Scale for Parkinson’s disease (UPDRS) Part III. The gait assessment was conducted in a corridor with the following tasks: baseline gait, gait with text comprehension, gait with phoneme counting and gait with arithmetic task. To perform data collection, use the kinemetry with a camera positioned laterally to the individual.One cycle of stride was evaluated by an analysis two-dimensional (2D) from the digitization of images in the software Dvideow (6. 3) and for processing the data used to create a routine in the program Labview (8. 5). The parameters analyzed were the average support time, stride length, stride frequency, swing time, speed, double support time and relative stance time. The demographic, clinical and neuropsychological patients’ characteristics were analyzed by Student’s-t test and chi-square test. To compare the gait parameters between patients with Parkinson's disease and controls, we used the Student’s-t test for independent samples. Analysis of variance (ANOVA), which included 1 between-participants variable (group: healthy older adults and PD patients) and 1 within-participants variable (different walking conditions) was used to analyze gait parameters. Between group differences were checked with independent samples t tests and multiple comparisons among group mean differences were checked with dependent samples t tests (confidence interval adjustments with Bonferroni corrections). Data were expressed as mean ± standard error and p values <0. 05 were used as indicative of statistical significance.RESULTS: The patients with PD completed less categories obtained more errors and less correct answers on Wisconsin Card Test. On the Stroop Test, apart from not happening significative differences between the groups on Stroop words and on Stroop color, the PD group shown a worse significantly demanding than the controls group on Stroop Word-colors demonstrating a shorter and attention and shorter mental flexibility on PD patients. The patients with DP shown greater relative stance time and shorter stride length and gait speed than in individuals controls at all gait situations. The gait with arithmetic task changed significantly the parameters of healthy control subjects (increment of average support time and relative, average swing time and double support time and diminish speed, stride length and frequency) and PD patients (increment of average support time, relative stance time and double support time and diminish frequency, speed and stride length).CONCLUSION: The patients with Parkinson Disease have already gone with a baseline gate with increment stability strategy, while the controls searched this strategy to stability when they associate gait with cognitive task. Overall the results indicate that, despite the patients had gait compatible with your pathology, the default settings of the gait during simultaneous activities is similar to that of healthy individuals suggesting that patients with Parkinson's disease (in the early stages of the disease and period on of medication) showed adaptive responses to prevent falls and injuries.
URI: http://hdl.handle.net/10923/3663
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