Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/6767
Type: doctoralThesis
Title: A elisão em dois portos: evidências para a comparação entre PB e PE
Author(s): Alencastro, Ana Paula Mello
Advisor: Brescancini, Cláudia Regina
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Letras
Issue Date: 2013
Keywords: LINGUÍSTICA
PROSÓDIA
FONOLOGIA
FONÉTICA
ELOCUÇÃO
Abstract: This study focuses on the process of elision of /a/, /e/ and /o/ at word boundaries in the speech of individuals from Porto Alegre-RS, Brazil and Porto, Portugal based on samples collected through personal experience interviews with 24 subjects from each of the places mentioned. The aim was not only to describe the process in both varieties but also to compare the results obtained with the same methodology. In order to do that, the analysis followed in light of Prosodic Phonology (NESPOR & VOGEL, 1986) and Variation Theory (LABOV, 1972) allowing the investigation of the action of prosodic aspects such as word boundaries, rhythm and speech rate, segmental aspects and social aspects like age and gender. Although the results of the statistical analysis run in Goldvarb have shown a higher frequency of elision in Porto compared to Porto Alegre- highlighting the epenthesis process that haven't been described as a systematic variable rule in Porto up to this moment - they indicated that the Phonetic Quality of the vowel in the Second Position, the Type of Sequence, Word Boundary and Word Stress Distance condition the elision process of vowels /a/, /e/ and /o/ in both varieties. Regarding the Phonetic Quality of the Second Position, we concluded that there is a dependency relation concerning the role of the stress of the target vowel and that, when unstressed, all vowels are favoring contexts for the application of elision. However, considering the variable Type of Sequence, the first position happened to be relevant. In this case, stressed function words as well as content words showed favoring behavior while clitics blocked the process. The statistical analysis revealed that the process is blocked in the context of intonational phrases. The discussion about the role of Prosodic Boundary was resumed taking the result of the acoustic analysis, which evidenced that the incidence of pause is the main cause of elision, regardless of the boundary in the context. Still considering the boundary, we also discussed the application of Prosodic Phonology (NESPOR & VOGEL, 1986) for classifying structures in spontaneous speech, once it was possible to find ruptures in all the boundaries tested. The result for the Word Stress Distance variable - the only one in which discrepancies between Porto Alegre and Porto were verified - led to the discussion on the rhythmic pattern of Brazilian Portuguese (BP) and European Portuguese (EP). The evidences showed that the first one tends to a syllabic pattern, and the second one tends to a stress pattern. Speech rate, which was analyzed according to acoustic measures, also suggested a syllabic rhythm in the variety from Porto Alegre for pointing out the subjects’ lower average of syllables per second and a lower production of elision. However, a stress pattern was attributed to the variety from Porto due to the higher frequency of elision and higher average rate of speech. Testing Speech Rate also made it possible to establish the distinction between age groups concerning the application of elision in Porto. With regards to the linguistic unity of Brazilian and European varieties, it could be argued that there is one system only, as the phonological process in question demonstrated the same conditioning for both samples, highlighting rhythm, which has already been asserted in literature as responsible for the main differences between those varieties.
O presente estudo trata do fenômeno de elisão das vogais /a/, /e/ e /o/ em fronteira vocabular na fala de Porto Alegre – RS, no Brasil, e do Porto, em Portugal, a partir de amostras coletadas através de entrevistas de experiência pessoal, com 24 informantes de cada uma das regiões supracitadas. Objetivou-se, além de descrever os processos nas duas variedades da língua portuguesa, comparar os resultados, obtidos a partir da mesma metodologia. Para tanto, a análise foi conduzida com o apoio teórico da Fonologia Prosódica (NESPOR e VOGEL, 1986) e da Teoria da Variação (LABOV, 1972, 1994, 2001), possibilitando a investigação acerca da atuação de aspectos prosódicos, como a fronteira prosódica, o ritmo e a taxa de elocução, de aspectos segmentais e de aspectos sociais, como a faixa etária e o gênero. Os resultados oferecidos pelo exame estatístico, realizado através do programa Goldvarb, embora tenham revelado maior frequência de elisão no Porto com relação à frequência em Porto Alegre – destacando-se o processo de epêntese, que até o momento não havia sido descrito como regra de aplicação sistemática na variedade do Porto – apontaram as variáveis Qualidade Fonética da Vogal em Segunda Posição, Tipo de Sequência, Fronteira Prosódica e Distância entre os Acentos como condicionadoras aos processos de elisão das vogais /a/, /e/ e /o/ em ambas as variedades. No que diz respeito à Qualidade Fonética da Segunda Posição, concluiu-se que há uma relação de dependência com o papel do acento da vogal em questão e que, quando átonas, todas as vogais constituem contextos favorecedores à aplicação da elisão. Já no que tange à variável Tipo de Sequência, tem-se como relevante a primeira posição, em que palavras funcionais acentuadas e palavras lexicais apresentaram comportamento favorecedor, e clíticos mostraram-se bloqueadores ao processo.A discussão sobre o papel da Fronteira Prosódica, sobre a qual a análise estatística revelou bloqueio quando o contexto ocorre em fronteira de frase entonacional, foi retomada junto ao resultado da verificação acústica, na qual foi possível constatar que, independente da fronteira em que está o contexto, a incidência de pausa é a principal responsável pela não aplicação da elisão. Ainda com relação à fronteira, discutiu-se a aplicação da Fonologia Prosódica (NESPOR e VOGEL, 1986) para a classificação de estruturas provenientes de fala espontânea, visto que foi possível constatar rupturas em todas as fronteiras atestadas. O resultado referente à variável Distância entre os Acentos, a única em que se verificou resultado discordante entre as amostras de Porto Alegre e do Porto, encaminhou à discussão sobre o padrão rítmico do português brasileiro (PB) e do português europeu (PE), oferecendo indícios de que o primeiro apresenta um ritmo com tendência a silábico, enquanto o segundo apresenta um ritmo com tendência a acentual. A Taxa de Elocução, variável investigada a partir de verificação acústica, também ofereceu evidências para o ritmo silábico na variedade de Porto Alegre, por apresentar uma média mais baixa de sílabas por segundo entre seus falantes e a produção mais baixa de elisão, ao passo que à variedade do Porto foi atribuído o padrão acentual, associado à maior frequência de elisão e à taxa de elocução média mais elevada.A verificação da Taxa de Elocução permitiu, ainda, esclarecer a distinção entre os comportamentos das faixas etárias com relação à aplicação da elisão no Porto. Sobre a questão da unidade linguística entre as variedades brasileira e europeia da língua, conclui-se que o estudo oferece indícios para argumentar em favor de um único sistema, visto que o processo fonológico em estudo apresentou os mesmos condicionamentos para as amostras de Porto Alegre e do Porto, destacando-se o ritmo, assim como já sacramentado pela literatura em Linguística, como responsável pela principal distinção entre as duas variedades.
URI: http://hdl.handle.net/10923/6767
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