Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/7664
Tipo: masterThesis
Título: As experiências sociais das mulheres em situação de violência e as estratégias de enfrentamento
Autor(es): Coutinho, Ana Rita Costa
Orientador: Grossi, Patricia Krieger
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Data de Publicação: 2015
Palavras-chave: SERVIÇO SOCIAL
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
VIOLÊNCIA - MULHERES
POLÍTICAS PÚBLICAS
RELAÇÕES DE GÊNERO
Resumo: The State Secretariat for Women's Policies released in 2013 that violence against gauche women, followed by death, has the offender's as the main partners or expartners, and, in most cases, violent actions take place during the day in residence. The difficulties of women to break with violence run into important factors related to the complicated route for support. The path taken by women in situations of violence can be stimulated and made possible, depending on the relationships established with public institutions, families and people in their coexistence. On the contrary, can characterize their stay in violent situations. Thus, this research is justified, whose overall objective is to identify the social experiences of women in situations of violence and their coping strategies in the network specialized protection in the city of Porto Alegre / RS, Reference Center for Women Marcia Calixto. As for the proposed methodology, we opted for the qualitative research of non-probabilistic approach, under the historical-structural perspective, whose central theoretical categories are: totality, contradiction and historicity. Semi-structured interviews were undertaken with 6 (six) women who attend the Women´s Reference Center Marcia Calixto, and they were recorded and transcribed. The data were submitted to thematic analysis of Bardin (1977). The aim of this proposal is to contribute with subsidies for understanding the phenomenon and qualify the network of services in the city of Porto Alegre / RS. The results suggest that women use different coping strategies to cope with domestic violence, such as to submit to the will of the partner to avoid further violence and even hide firearms. It was observed that women remain for years in situations of violence before seeking support in the safety net. Among the factors that prevent seeking help in their critical route are: fear, shame, guilt, social isolation, lack of family support and emotional factors such as depression. Among the factors that mobilize these women for seeking help, we can find the support of the children, increased violence, women´s saturation of violence and the quest to defend the children from the abuser. Health services are the first places sought by women. Womens´ Police Station comes second. In this path, women suffer various violations of their rights, from not receiving help or getting an inappropriate service or advice, and delays in legal proceedings, among others. It is highlighted the need for intersectoral public policies that take into account the specific needs of women, especially the specialized service network, essential to the disruption of violence. It concludes that women's strategies to access their rights are permeated with contradictions and ambivalences. Decision-making processes to break away from violent relationships permeate the denaturalization of violence, redefinition of socially constructed gender roles, factors that also contribute to the subordination of women.
A Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres divulgou, em 2013, que a violência praticada contra as mulheres gaúchas, seguida de morte, tem como principal agressor os companheiros ou ex-companheiros, e, na maioria dos casos, as ações violentas acontecem durante o dia, na residência. As dificuldades das mulheres em romper com a violência esbarram em fatores importantes referentes à rota complicada em busca de apoio. O caminho percorrido pelas mulheres em situação de violência pode ser estimulado e viabilizado, dependendo das relações estabelecidas com as instituições públicas, familiares e pessoas de sua convivência. Ao contrário, poderá caracterizar a permanência nas situações violentas. Dessa forma, justifica-se a realização desta pesquisa, cujo objetivo geral consiste em identificar as experiências sociais das mulheres em situação de violência e suas estratégias de enfrentamento, na rede proteção especializada no município de Porto Alegre/RS, Centro de Referência de Atendimento à Mulher Márcia Calixto. Quanto à proposta metodológica, optou-se pela pesquisa qualitativa de abordagem não probabilística, sob a perspectiva histórico-estrutural, cujas categorias teóricas centrais são: totalidade, contradição e historicidade. Foram entrevistadas 6 (seis) mulheres assistidas pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher Márcia Calixto, com entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas. Os dados foram submetidos à análise temática de Bardin (1977). Pretende-se com essa proposta contribuir com subsídios para a compreensão do fenômeno e qualificar a rede de serviços no município de Porto Alegre/RS. Os resultados sugerem que as mulheres utilizam diversas estratégias de enfrentamento para rompimento da violência doméstica, como submeter-se às vontades do companheiro para evitar novas situações de violência e até mesmo esconder armas de fogo. Observou-se que as mulheres permanecem durante anos em situação de violência, até a buscarem apoio na rede de proteção. Entre os fatores obstacullizadores da rota crítica estão: o medo, a vergonha, a culpa, isolamento social, falta de apoio familiar e fatores emocionais, como a depressão. Entre os fatores mobilizadores para a busca de apoio, evidenciou-se, o suporte dos filhos, aumento da violência, saturação da mulher e a busca em defender os filhos do companheiro. Os serviços de saúde são os primeiros lugares procurados pelas mulheres. A Delegacia da Mulher vem em segundo lugar. Neste percurso, as mulheres sofrem diversas violações de direitos, desde o não de acolhimento e/ou inadequado, demora nos trâmites legais, entre outros. Evidenciou-se a necessidade de políticas públicas intersetoriais que dêem conta das necessidades concretas das mulheres, destacando principalmente, a rede de atendimento especializada, essencial para o rompimento da violência. Conclui-se que as estratégias das mulheres para acessarem seus direitos são permeadas de contradições e ambivalências. Os processos de tomada de decisão de romper com relacionamentos violentos perpassam pela desnaturalização da violência, redefinição de papéis de gênero socialmente construídos, fatores esses que ainda contribuem para a subalternidade das mulheres.
URI: http://hdl.handle.net/10923/7664
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