| Abstract: | Os transtornos mentais na infância atingem uma prevalência de 13,4%, cuja 6,5% apresentam transtornos de ansiedade e 2,6% transtorno depressivo, sendo estes dois os mais prevalentes de forma isolada ou comorbida. A criação de programas para trabalhar estes transtornos em crianças torna-se importante para a não progressão dos sintomas no desenvolvimentoposterior. Este estudo realizou uma revisão narrativa da literatura frente aos protocolos existentes para intervenção com crianças com base na terapia cognitivo-comportamental. Entretanto, o principal objetivo deste trabalho esteve em avaliar a validade interna do protocolo de Terapia de reciclagem infantil (TRI) em reduzir sintomas de ansiedade e/ou depressão em crianças de 8 a 12 anos. Também se avaliou problemas de saúde mental nos responsáveis pelos participantes e intensidade de distorções cognitivas da amostra. A pesquisa constituiu-se em um estudo descritivo e explicativo com delineamento de série temporal. Aplicou-se a TRI em 22 crianças de ambos os sexos com o objetivo de comparar a sintomatologia das crianças pré e pós intervenção, bem como no final de cada etapa de psicoterapia. A coleta de dados sintomatológicos se deu pela aplicação da SCARED e CDI, as distorções cognitivas foram monitoradas pelo questionário CATS. Os responsáveis foram avaliados a partir do ASR. Dos participantes que ingressaram no estudo, 19 concluíram o protocolo, o que demonstrou boa adesão ao tratamento. A principal sintomatologia no ingresso foi depressão e a maior prevalência esteve no sexo masculino. Os participantes apresentaram um perfil de redução progressiva de ambos os sintomas, bem como de pensamentos automáticos negativos. Os responsáveis pelas crianças apresentaram sintomas clínicos para problemas internalizantes. Os dados foram analisados por ANOVAS de medidas repetidas e para ompreender as diferenças de médias em cada etapa do tratamento, foram realizadas análises Post Hoc. Os resultados sugerem que o protocolo colaborou para a redução da ansiedade e depressão significativamente (p<0,005), além de melhora na intensidade das distorções cognitivas inicialmente apresentadas (p<0,005). A principal mudança sintomatológica ocorreu após a etapa inicial do protocolo, ou seja, o trabalho com as emoções. Esses resultados sugerem que a TRI se mostrou uma boa ferramenta clínica no tratamento de sintomas ansiosos e depressivos no público infanto-juvenil. Avaliações de follow-up poderiam nos apontar se estes resultados foram mantidos ao longo do tempo, sendo esta uma sugestão para futuros estudos. Além disso, apresenta-se os dados a partir de um perfil conservados visto a ausência de grupo controle neste trabalho, o que também poderiam ser aprimorado em outros estudos.
Mental disorders in childhood reach a prevalence of 13.4%, with 6.5% presenting with anxiety disorders and 2.6% with depressive disorder, the latter being the most prevalent in an isolated or comorbid form. The creation of programs to work these disorders in children becomes important for the non-progression of the symptoms in the later development. This study carried out a narrative review of the literature regarding the existing protocols for intervention with children based on cognitive-behavioral therapy. However, the main objective of this study was to evaluate the internal validity of the infant recycling therapy (TRI) protocol in reducing anxiety and / or depression symptoms in children aged 8 to 12 years. We also evaluated mental health problems among the participants and the intensity of cognitive distortions in the sample. The research consisted of a descriptive and explanatory study with a time series design. The TRI was applied in 22 children of both sexes with the purpose of comparing the symptoms of pre and post intervention children, as well as at the end of each stage of psychotherapy. The collection of symptomatic data was given by the application of SCARED and CDI, the cognitive distortions were monitored by the CATS questionnaire. Those responsible were assessed from the ASR. Of the participants who entered the study, 19 completed the protocol, which demonstrated good adherence to the treatment. The main symptomatology at admission was depression and the highest prevalence was in males. Participants presented a progressive reduction profile of both symptoms as well as negative automatic thoughts. Those responsible for the children presented clinical symptoms for internalizing problems. The data were analyzed by repeated measures ANOVA and to understand the differences of averages in each treatment step, Post Hoc analyzes were performed. The results suggest that the protocol contributed to the reduction of anxiety and depression significantly (p <0.005), as well as an improvement in the intensity of the cognitive distortions initially presented (p <0.005). The main symptom change occurred after the initial stage of the protocol, that is, the work with the emotions. These results suggest that TRI has proved to be a good clinical tool in the treatment of anxious and depressive symptoms in children and adolescents. Follow-up evaluations could indicate if these results were maintained over time, and this is a suggestion for future studies. In addition, we present the data from a conserved profile seen the absence of control group in this work, which could also be improved in other studies. |
