Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/15341
Type: masterThesis
Title: “Cada qual com a sua quimera”: um estudo sobre a obscuridade do sentido, a musicalidade e a metáfora, em A divina quimera, de Eduardo Guimaraens
Author(s): Timm, Mateus Robaski
Advisor: Baumgarten, Carlos Alexandre
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Letras
Issue Date: 2019
Keywords: POESIA - ANÁLISE LITERÁRIA
LITERATURA BRASILEIRA
Abstract: O estudo de três fatores composicionais – a rarefação do sentido, a musicalidade exacerbada e o emprego da metáfora – busca evidenciar como A divina quimera, de Eduardo Guimaraens, contribuiu para o desenvolvimento da lírica moderna. Esta, que foi uma corrente inovadora na literatura ocidental, pretendeu distanciar-se das práticas verbais vigentes no final do século XIX, seja do discurso lógico-científico, seja das técnicas “realistas” empregadas pelos escritores. Eduardo Guimaraens cultivou a rarefação do sentido, fazendo com que a significação do poema apareça de forma imprecisa, pois múltiplas e não excludentes leituras são possíveis das suas criações literárias. Esta técnica poética implica que o leitor participe ativamente na produção do sentido, o que faz com que a obra readquira a cada leitura um aqui e um agora originais. Numa época em que a literatura havia se tornado uma mercadoria como qualquer outra e era produzida para ser consumida facilmente, a obra de arte acabou perdendo o seu caráter aurático. Por conta disto, a busca pela inserção de certa obscuridade na criação literária almejava devolver a sua aura, pelo fato de obrigar o leitor a ter um contato diferenciado com a linguagem poética. Além do vago da expressão, Eduardo Guimaraens empregou na composição dos poemas de A divina quimera uma exacerbada musicalidade. Este fator condiciona uma significação suplementar, para além da semântica, contribuindo para a produção de um discurso que se afasta da linguagem comunicacional e cotidiana. Por vezes, a extrema musicalidade coloca a significação do poema em um segundo plano, fazendo com que o leitor/ouvinte aprecie primeiro o ritmo empregado para após buscar o sentido do poema. O uso da metáfora é outro elemento que faz com que o discurso de A divina quimera se afaste de um emprego mais lógico da linguagem.A construção metafórica produz uma nova pertinência semântica, a partir do momento em que o sentido literal é abandonado em prol da sua conotação. A interpretação da metáfora permite com que diversas significações possam coexistir sem ser necessário que o leitor escolha apenas uma delas enquanto legítima. O estudo destes três fatores composicionais – a rarefação do sentido, a musicalidade exacerbada e o emprego da metáfora – em A divina quimera pretende evidenciar como um novo fazer literário consegue modificar a visão de mundo do seu leitor, na medida em que ele ativa a possibilidade de compreender a existência para além da superfície da racionalidade dos fatos.
URI: http://hdl.handle.net/10923/15341
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