| Resumo: | Em disputa desde meados da década de 1950 e tendo seu triunfo apenas em 3 de fevereiro de 1959, a Revolução Cubana viria ser um dos acontecimentos mais marcantes da América Latina no século XX. Porém, os guerrilheiros de Sierra Maestra nunca visaram à tomada do poder, tão somente, para governar. Havia com eles um projeto, não apenas de governo, mas também de sociedade. Buscavam alterar a base de troca econômica daquela sociedade, para assim, reconfigurar sua estruturação social. Em 24 de março de 1959, portanto, apenas oitenta e três dias após o triunfo revolucionário, fora criado o ICAIC – Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográfica – com intuito de ser o pólo produtor do que viria a ser o chamado Nuevo Cine Cubano. Este instituto recebe a missão de formar uma nova geração de cineastas, produzir filmes e distribuí-los, com exclusividade no país. A função cultural e social desse instituto se alia, perfeitamente, à ideia da criação de um “homem novo”, buscada pelo governo revolucionário. Este trabalho visa um estudo para compreender como se dá a criação de um campo cinematográfico a partir do advento da revolução e como isso reconfigura a circulação de ideias, através do cinema, tanto em termos culturais, quanto estéticos. Para tanto, buscamos compreender os conflitos sociais e políticos de Cuba entre 1960 e 1968 através da obra fílmica de Tomás Gutiérrez Alea. Selecionamos três filmes: Histórias da Revolução, A Morte de um Burocrata e Memórias do Subdesenvolvimento. Tendo como objeto esses filmes nós realizamos trabalho de investigação a partir de análise fílmica de cunho Cinema-História, para assim identificarmos os conflitos em jogo no período proposto.
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