| Abstract: | O seguinte estudo aborda a perspectiva das prostitutas de luxo de Porto Alegre sobre o feminismo. Iniciamos o trabalho discorrendo sobre as principais teorias feministas e suas vertentes ideológicas, desde o movimento sufragista até a segunda onda do feminismo. No capítulo seguinte contextualizamos a prostituição no Brasil tanto sob o ponto de vista histórico quanto institucional/ legal. Fica evidenciado que, apesar de importantes conquistas do movimento de prostitutas - como a inclusão da categoria no Código Brasileiro de Ocupações - o Estado brasileiro ainda não conseguiu superar seu viés higienista, ao reduzir as políticas públicas a essa classe social a programas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis. Em seguida, apresentamos o que as feministas pensam sobre a prostituição e qual a visão que as prostitutas têm de si mesmas. A pesquisa partiu de entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, por compreender que as mesmas permitem dar voz aos grupos excluídos e marginalizados na sociedade. Para chegar ao recorte da pesquisa, selecionamos três casas noturnas de Porto Alegre, consideradas de alto padrão. Conclui-se que, embora seja o feminismo seja diverso em termo de perspectivas teóricas, existem correntes do feminismo não acolhem essas mulheres. Sugere-se que a regulamentação da profissão, que garanta a essas pessoas seus direitos básicos, bem como um ambiente seguro de trabalho, e não envolto no ambiente do crime, seria o caminho assertivo para promover a redução do estigma existente em torno das prostitutas.
The following study addresses the perspective of Porto Alegre's luxury prostitutes on feminism. We started the work by discussing the main feminist theories and their ideological aspects, from the suffragette movement to the second wave of feminism. In the next chapter, we contextualize prostitution in Brazil, both from a historical and institutional / legal point of view. It is evident that, despite important achievements of the prostitutes movement - such as the inclusion of the category in the Brazilian Code of Occupations - the Brazilian State has not yet managed to overcome its hygienist bias, by reducing public policies to this social class to disease prevention programs sexually transmitted. Next, we present what feminists think about prostitution and what prostitutes view of themselves. The research started from structured and semi-structured interviews, as it understands that it allows giving a voice to excluded and marginalized groups in society. In order to arrive at the survey, we selected three night clubs in Porto Alegre, considered to be of a high standard. Finally, it is concluded that, although it is diverse in terms of theoretical perspectives, there are currents of feminism that do not welcome these women. It is suggested that the regulation of the profession, which guarantees these people their basic rights, as well as a safe working environment, and not involved in the environment of crime, would be the assertive way to promote the reduction of the existing stigma surrounding prostitutes. |
