A doutrina da união hipostática à luz da categoria do “encontro” e suas implicações para a promoção da paz

Abstract

Adotando a doutrina da união hipostática como ponto de partida, à luz da categoria teológica do “encontro”, com base no pensamento do filósofo espanhol Alfonso López Quintás, pretende-se, nesta tese, conceber e desenvolver uma “cristologia do encontro” em consonância com a temática da paz. Para tanto, retomam-se os conceitos de “pessoa” e “natureza”, fundamentais nas discussões e definições do concílio de Calcedônia, em diálogo com as preocupações dominantes do nosso tempo. A leitura de alguns relatos do evangelho com ênfase nas ações de Jesus como “Mestre do Encontro” e “Deus-conosco” traz à tona as exigências e características concretas da convivência em busca do ideal da unidade e a caminho da verdadeira paz. O Reino de Deus é o Reino do Encontro e da Paz, ao qual todos os seres humanos são convidados a entrar e participar. Não se trata, portanto, de uma paz provisória e eventual (mesmo assim desejável), mas sim daquela paz que o mundo não pode dar (cf. Jo 14,27), e que será aqui denominada “paz hipostática”.

The objective of this thesis is to conceive and develop a “christology of the encounter” in line with the theme of peace, taking the doctrine of the hypostatic union as starting point, in the light of the theological category of “encounter” based on the philosophy of Alfonso López Quintás. In order to achieve this purpose, the concepts of “person” and “nature” (fundamental concepts in the discussions and definitions of the Chalcedonian council) are taken up again, in dialogue with the dominant concerns of our time. The analysis of some gospel accounts with an emphasis on Jesus as the “Master of the Encounter” and “God with us” brings up concrete requirements and characteristics of living together in search of the ideal of unity and of the true peace. The Kingdom of God is the Kingdom of Encounter and Peace, which all human beings are invited to enter and participate. The peace in question is not provisional and contingent (however desirable), but of that peace that the world cannot give (cf. John 14,27), and which will be called here “hypostatic peace”.