Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: https://hdl.handle.net/10923/24583
Tipo: doctoralThesis
Título: Através da neblina branca, afastar-se com lentidão da margem em direção ao passado: a narração memorialística de Vermelho e A casa do diabo, de Mafalda Ivo Cruz
Autor(es): Canilha, Samla Borges
Orientador: Angelini, Paulo Ricardo Kralik
Editor: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Fecha de Publicación: 2022
Palabras clave: LITERATURA PORTUGUESA - HISTÓRIA E CRÍTICA
MEMÓRIA
NARRATIVA
LITERATURA PORTUGUESA
LITERATURA
Resumen: A memória é uma temática recorrente na literatura, a ponto de fundar um gênero próprio, o da escrita memorialística, caracterizada especialmente por um trabalho com o tempo, vinculado à voz narrativa, que consiste na organização das lembranças em um todo linear e coerente – um movimento natural à rememoração, como atestam estudiosos do assunto em diferentes áreas, como a sociologia, a antropologia, a neurociência e a psicologia. Essas áreas são trazidas, neste trabalho, junto da teoria da narrativa – especialmente da narratologia contemporânea – com a finalidade de pensar dois romances, Vermelho e A casa do diabo, ambos da escritora portuguesa Mafalda Ivo Cruz. Neles, a organização esperada das narrativas de memória é subvertida, uma vez que se tem narrações extremamente fragmentadas, alineares e confusas, em muitos pontos apresentando sobreposições de vozes narrativas ou mesmo intromissões impossíveis de vozes de personagens mortas, além de um trabalho com o tempo que coloca passado e presente em coexistência. Esses recursos jogam não só com a confiabilidade dos narradores dos romances, mas também exigem do leitor uma interação ativa com o texto, um esforço de reconstrução para ter seus sentidos elucidados. E assim como exige um leitor distinto, a análise da construção dos narradores nos romances em questão demonstrou que a teoria já existente, tanto sobre a narração memorialística quanto sobre o narrador, não dá conta do que faz a autora, demandando que uma nova tipologia, que parta da escrita de Cruz, seja proposta – a saber, o narrador mimético-memorialístico disruptivo.
Memory is a recurrent theme in literature, to the point of founding its genre, memoir, primarily characterized by work with time, linked to the narrative voice, which consists of organizing memories into a linear and coherent whole – a natural movement to recollection, as attested by scholars of the subject in different areas, such as sociology, anthropology, neuroscience and psychology. These areas are brought, in this work, together with narrative theory – particularly with contemporary narratology – to think about two novels, Vermelho and A casa do diabo, both by the Portuguese writer Mafalda Ivo Cruz. In them, the expected organization of memory narratives is subverted since there are highly fragmented, linear and confusing narrations, in many points presenting overlapping narrative voices or even impossible intrusions of dead characters’ voices, in addition with working with the time that puts past and present in coexistence. These features play not only with the reliability of the novel’s narrators but also demand from the reader an active interaction with the text, a reconstruction effort in order to have their meanings elucidated. Furthermore, just as it requires a distinct reader, the analysis of the construction of narrators in the novels in question demonstrated that the existing theory, both about memorialistic narrative and about the narrator, does not account for what the author does, demanding that a new typology that starts from Cruz’s writing be proposed – namely, the disruptive mimetic-memorialistic narrator.
URI: https://hdl.handle.net/10923/24583
Aparece en las colecciones:Dissertação e Tese

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