| Abstract: | Esta dissertação se apresenta através da estética de um cardápio; um convite para um jantar do cotidiano popular, em prol de incentivar a associação da funcionalidade prática e teórica dentro da ótica da interdependência. Inicialmente, se convida o leitor a participar da preparação dos alimentos, selecionando os ingredientes e cozinhando-os. Preparar os alimentos é uma metáfora para contextualizar historicamente os ecofeminismos e seus movimentos. Em seguida, organizamos as mesas, concluímos a refeição e nutrimos nosso corpo com a comida, significando a elaboração dos conceitos epistémicos dos ecofeminismos, suas vertentes, o animalismo e a potência do Sul Global. O objetivo central é apresentar os ecofeminismos como alternativa filosófica a favor das biodiversidades físicas e intelectuais, dialogando com as filosofias nativas localizadas, em especial do Sul Global – e, por consequências de nossas referências contextuais, enfatizando a América Latina. A metodologia empregada inclui revisões bibliográficas de livros/artigos científicos relacionados com os seguintes assuntos: ecofeminismos, histórias das mulheres, ambientalismo, epistemologia feminista, decolonialidade, agriculturas e produção de alimento. Concomitantemente, foi utilizada a prática ecofeminista a partir das seguintes estratégias: 1) contato com contextos materiais-culturais diversos; 2) enfoque no ouvir-escutar durante essas vivências; 3) criação de momentos de solitude, para que se possa aprimorar a habilidade de ouvir-escutar com atenção o próprio corpo após as experiências. A conclusão é que estamos inseridos numa guerra epistémica entre a monocultura-epistemologia homogênea e, do outro lado, uma epistemologia ecofeminista biodiversa e plural, na qual nossas mentes, práticas e contextos são os primeiros campos de batalhas.
This dissertation is presented through the aesthetics of a menu, an invitation to a popular everyday dinner, in order to encourage the association of functionality between practice and theory within the perspective of interdependence. Initially, the reader is invited to participate in the preparation of food, selecting ingredients and cooking them. Preparing food is a metaphor to historically contextualize ecofeminisms and their movements. Then, we organize the tables, finish the meal and nourish our bodies with food, meaning the elaboration of the epistemic concepts of ecofeminisms, their aspects, animalism and the power of the Global South. The central objective is to present ecofeminisms as a philosophical alternative in favor of physical and intellectual biodiversity, dialoguing with localized native philosophies, especially in the Global South – and as a result of our contextual references, emphasizing Latin America. The methodology used includes bibliographic reviews of books/scientific articles related to the following subjects: ecofeminisms, women's stories, environmentalism, feminist epistemology, decoloniality, agriculture and food production. Concomitantly, the ecofeminist practice was used, based on the following strategies: 1) contact with diverse material-cultural contexts; 2) focus on listening during these experiences; 3) creation of moments of solitude, so that one can improve the ability to listen-hear carefully to one's own body after the experiences. The conclusion is that we are inserted in an epistemic war between monoculture-homogeneous epistemology and, on the other side, biodiversity-ecofeminist/plural epistemology, in which our minds, practices and contexts are the first battlefields. |
