Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/8115
Tipo: masterThesis
Título: Entre o muro concreto e a cortina invisível
Autor(es): Silva, Raquel Belisario da
Orientador: Theobald, Pedro
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Data de Publicação: 2016
Palavras-chave: GUERRA FRIA
AUTORITARISMO NA LITERATURA
LITERATURA COMPARADA
LITERATURA
Resumo: Esta pesquisa pretende explorar, na literatura contemporânea dos países do Leste Europeu, algumas possibilidades de ficcionalização do trauma de viver em um espaço dominado por um Estado autoritário. Durante a Guerra Fria, os habitantes de países alinhados com o regime socialista soviético sofreram com as restrições mais gerais, como o cerceamento do direito de livre circulação, o controle da economia e a escassez de alimentos, mas também com uma constante ameaça de que houvesse uma guerra nuclear. Além disso, os cidadãos que por algum motivo eram denunciados como inimigos do Estado passavam a ser perseguidos pela polícia política, que os manipulava através de vigilância, de violência física e de desestabilização emocional. A atmosfera de repressão, o medo e a violência foram componentes de uma realidade perturbadora, que criou condições para a existência de um trauma cumulativo. O objetivo deste trabalho é verificar como estão representadas na literatura escrita após o fim da ditadura comunista a experiência traumática destes tempos e as estratégias de resistência ao trauma. Com esta finalidade, foram selecionadas três obras: O charuto apagado de Churchill, de Thomas Brussig; O rei branco, de György Dragomán; e O compromisso, de Herta Müller.As obras foram analisadas sob a luz de teóricos como Theodor W. Adorno, Michel de Certeau, Gaston Bachelard, Linda Hutcheon, Boris Uspenski, entre outros. Como nestes três romances o contexto histórico interfere de formas diferentes nas vidas das personagens, eles foram analisados em separado, para que fosse possível identificar, em cada um, os períodos de construção e internalização do trauma. Esta divisão permanece no capítulo final, em que é verificado o aspecto composicional das obras, levando em consideração o narrador e seu ponto de vista espaço-temporal, a organização da memória narrada e os espelhos deformantes através dos quais o período é revisitado. A partir destas análises, foi verificado que, embora apresentem algumas diferenças entre si, as narrativas estudadas trazem características que as aproximam e que podem ser consideradas representações específicas da literatura que enfoca o período da Guerra Fria.
This research explores, in Eastern European countries contemporary literature, some possibilities of trauma fictionalization when you live in an area restrained by an authoritarian state. During the Cold War, the inhabitants of countries aligned with the Socialist Soviet regime suffered with general restrictions such as the limitation of freedom of movement, the government control of the economy and the food shortages, but also suffered with a constant threat: the possibility of a nuclear war happened. Furthermore, citizens who were denounced as enemies of the state passed to be persecuted by the political police, which manipulated them through surveillance, physical violence and emotional instability. The repression atmosphere, the fear and the violence were components of a disturbing reality that created conditions for a cumulative trauma existence. The aim of this paper is to check how the traumatic experience of this time and the trauma resistance strategies are represented in literature written after the end of communist dictatorship. For this purpose, three works were selected: Am kürzeren Ende der Sonnenallee, by Thomas Brussig; A fehér király, by György Dragoman; and Heute wär ich mir lieber nicht begegnet, by Herta Müller.The works were analyzed in the light of theorists such as Theodor W. Adorno, Michel de Certeau, Gaston Bachelard, Linda Hutcheon, Boris Uspenski, among others. As in these three novels the historical context interferes in different ways in the characters’ lives, the books were analyzed separately to make possible to identify, in each one, the periods of trauma construction and internalization. This division remains in the final chapter, where the compositional aspect of the works is checked, taking into account the narrator and his spatiotemporal point of view, the organization of narrated memory and the distorting mirrors through which the period is revisited. From these analyzes, it was observed that, although they have some differences, the narratives studied bring some features that approach then and that can be considered specific representations of literature that focuses on the Cold War period.
URI: http://hdl.handle.net/10923/8115
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