| Resumen: | Este trabalho propõe uma análise dos discursos produzidos pelos críticos cinematográficos referentes às pornochanchadas publicadas, entre os anos de 1975 e 1979, nos jornais cariocas Diário de Notícias, Jornal do Brasil e Jornal Movimento. Em três capítulos, procuramos investigar como esta geração intelectual percebia e projetava o cinema nacional; as condições de produção e de circulação dessas comédias eróticas; os diferentes gostos, capitais e códigos compartilhados por meio destes textos divulgados na imprensa e o “produto” final deste gênero fílmico. Para evidenciar as distinções de fala desse grupo, buscamos também outras fontes, como os relatórios de censura e os longas-metragens Gente fina é outra coisa (1977), A dama da Lotação (1978) e O bem dotado, Homem de Itu (1978), que nos permitiu estudos de casos específicos. Observamos que esses agentes sociais, responsáveis pela mediação e construção de leituras sobre os filmes em cartaz no Brasil no período, vincularam ao nosso objeto a noção de subcultura, a partir de claras diferenciações entre cinema legítimo e ilegítimo. Para apurar essas hipóteses, utilizamos elementos oriundos da análise do discurso, a fim de compreender o papel e a forma discursiva destas críticas.
This work proposes an analysis of the discourses produced by film critics about the pornochanchadas, which were published between the years 1975 and 1979 in the cariocas newspapers Diário de Notícias, Jornal do Brasil and Jornal Movimento. In three chapters, we investigate how this intellectual generation used to perceive and project the national cinema; the conditions of production and circulation of these erotic comedies; the different tastes, social classes and codes shared through these texts released in the press and the final “product” of this film genre. To evidence the distinctions in the speeches of this group, we also searched other sources, such as the censorship reports and the full-length movies Gente finaé outra coisa (1977), A dama da Lotação (1978) and O bem dotado, Homem de Itu (1978), which allowed us to accomplish specific case studies. We observed that these social agents, who were responsible for the mediation and the construction of readings about the movies that were playing in the Brazilian theaters in that period, associated the notion of subculture to our target by creating clear differentiations between legitimate and illegitimate cinema. In order to ascertain these hypotheses, we use elements from the discourse analysis for the purpose of understanding the role and the discursive forms of these reviews. |
