"Banzeiro òkòtó”: o papel do livro-reportagem na defesa dos direitos humanos no Brasil

Abstract

O presente trabalho é um estudo sobre a relação entre o formato livro-reportagem e o trabalho de defesa dos direitos humanos no Brasil exercido pelos jornalistas, a partir da análise da obra “Banzeiro Òkòtó: uma viagem à Amazônia centro do mundo” (2021). O objetivo da pesquisa é compreender a capacidade do livro-reportagem em registrar memória, conscientizar os leitores e denunciar publicamente violações de direitos humanos cometidas pelo Estado, por empresas e por sujeitos. Como referencial teórico, utiliza-se as obras de Kucinski (2000), Abramo (2006), Ramonet (2013), Kotscho (2003), Serrano (2013), Liesen (2020), Ijuim (2011) e Antonelli (2020) para fundamentar as questões sobre jornalismo e direitos humanos. Nas discussões sobre livro-reportagem e jornalismo literário, os autores consultados são Lima (2004), Pena (2008), Guirado (2004), Belo (2006), Medina (2002) e Cosson (2005). Para realizar a análise, utiliza-se a metodologia Análise de Conteúdo segundo Bardin (2016). A partir disso, é verificado a presença ou ausência das categorias estruturadas pela autora, sendo elas: personagem, denúncia de violações de direitos humanos e uso da escrita em primeira pessoa, na obra selecionada. Em conclusão, a obra mostra-se satisfatória na contextualização sobre a defesa dos direitos humanos no território amazônico, utilizando-se da abordagem humanizada, tratamento ético das fontes, denúncia ativa das violações e dos violadores e na mobilização e envolvimento da própria jornalista com a necessidade de justiça.

The present work is a study on the relationship between the format of literary journalism and the work of defending human rights in Brazil carried out by journalists, based on the analysis of the work "Banzeiro Òkòtó: uma viagem à Amazônia centro do mundo" (2021). The research aims to understand the capacity of literary journalism to record memory, raise awareness among readers, and publicly denounce human rights violations committed by the State, companies, and individuals. The theoretical framework includes the works of Kucinski (2000), Abramo (2006), Ramonet (2013), Kotscho (2003), Serrano (2013), Liesen (2020), Ijuim (2011), and Antonelli (2020) to discuss journalism and human rights. In the discussions on literary journalism and literary journalism, the consulted authors are Lima (2004), Pena (2008), Guirado (2004), Belo (2006), Medina (2002), and Cosson (2005). To conduct the analysis, the Content Analysis methodology according to Bardin (2016) is used. From this, the presence or absence of the categories structured by the author is verified, namely: character, denunciation of human rights violations, and the use of first-person writing in the selected work. In conclusion, the work proves satisfactory in contextualizing human rights defense in the Amazonian territory, using a humanized approach, ethical treatment of sources, active denunciation of violations and violators, and the journalist's mobilization and involvement with the need for justice.