| Resumen: | O livro A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, corpus deste trabalho, foi lançado em 2016, e retrata a trajetória das irmãs Gusmão, que em muito se assemelha com a de inúmeras mulheres nascidas no Rio de Janeiro no começo do século XX, criadas apenas para serem boas esposas. Essas mulheres são as nossas mães, avós e bisavós, invisíveis em maior ou menor grau, que não puderam protagonizar a própria vida. Tendo isso em mente, o presente trabalho busca identificar a trajetória da vida das mulheres do século passado, até alcançarem a igualdade de direitos e obrigações com os homens, pelo menos em tese, com a promulgação da Constituição de 1988. Desse modo, com o intuito de contemplar a ótica de análise que aqui se propõe, busca-se aporte no feminismo dialógico e silenciamento das mulheres ao longo dos anos, utilizando como principais teóricas Marcia Tiburi, Lídia Puigvert, Simone de Beauvoir, Carolina Cherfem, Roseli Mello, Raquel Santos, Silvia Arend, Douglas Blanco, Wilma Coqueiro e Adriana Polato, Alda Motta, Ana Silvia Scott, Martha Narvaz e Silvia Helena Koller, entre outras que dialogam profundamente com o objetivo deste trabalho. Para isso, a investigação se divide em tópicos específicos que abarcam desde um recorte histórico delimitado a um estudo do espaço e do tempo, visto que esses elementos contribuem para o reforço das representações impostas às personagens. Ademais, este trabalho se justifica à medida que contribui aos estudos literários e de gênero com uma análise dos instrumentos utilizados para a perpetuação da opressão feminina na obra em questão.
Martha Batalha’s novel A vida invisível de Eurídice Gusmão, the corpus of analysis of this research, was released in 2016, and portrays the trajectory of Gusmão Sisters, which is very similar to that of countless women born in Rio de Janeiro in the beginning of the 20th century, raised just to be good wives. These women are our mothers, grandmothers and greatgrandmothers, invisible to a greater or lesser extent, who were unable to lead their own lives. With this in mind, this work seeks to identify the life trajectory of women in the last century, until they achieved equal rights and obligations with men, at least in theory, with the promulgation of the 1988 Constitution. Hence, with the intent of contemplating its proposed angle of analysis, this study finds support in the dialogic feminism and silencing of women over the years, using as main theories Marcia Tiburi, Lídia Puigvert, Simone de Beauvoir, Carolina Cherfem, Roseli Mello, Raquel Santos, Silvia Arend, Douglas Blanco, Wilma Coqueiro and Adriana Polato, Alda Motta, Ana Silvia Scott, Martha Narvaz and Silvia Helena Koller and others that establish a deep dialogue with the objective of this research. To do so, the investigation is divided into specific topics from a historical clipping to a study of space and time, since these collaborate to the reinforcement of the representations imposed onto these female characters. Moreover, this work justifies itself as it contributes to literary and gender studies with the analysis of instruments used to perpetuate female oppression in the novel. |
