Do gueto ao palco: cultura hip-hop como ferramenta de transformação social nas juventudes periféricas

Abstract

O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema central a cultura hip-hop como ferramenta de transformação social para as juventudes periféricas. O estudo realizou-se a partir da experiência de estágio curricular obrigatório no período de 2023/1 a 2023/2, no CRAS Norte, em Porto Alegre. Durante esse período, desenvolveram-se oficinas multiculturais, por meio do projeto de intervenção no SCFV Adolescente PROJOVEM Norte, destacando o papel e o impacto da cultura na reflexão crítica e na intervenção em torno das expressões da questão social vivenciadas pelos jovens. A cultura hip-hop, portanto, torna-se o objeto de estudo, tendo como objetivo discutir de que forma ela se insere na comunidade e como transforma socialmente a realidade de adolescentes e jovens da periferia. Para isso, destacam-se a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), em conjunto com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estatuto da Juventude e a Política Nacional da Juventude (PNJ), que preconizam os direitos desses segmentos populacionais, buscando analisar as contradições e as potencialidades que perpassam a concretização desses direitos na rede de políticas públicas e na proteção social juvenil. O trabalho discorre sobre a atuação do(a) assistente social no trabalho com grupos, bem como as experiências que suscitaram as inquietudes relativas à temática em campo de estágio, abarcando a falta de perspectiva futura dos adolescentes e jovens periféricos, bem como a estereotipização dessas gerações. Posto isso, desenvolveram-se algumas reflexões a partir dos caminhos trilhados, estabelecendo uma relação teórico-prática acerca da necessidade de problematizar a temática no campo do Serviço Social, enquanto profissão interventiva e de função pedagógica emancipatória, para que emerja o debate sobre a conscientização político-crítica e a busca por projetos de vida, na realidade das faixas etárias citadas. Diante do estudo, ressaltou-se a importância da cultura hip-hop não apenas como uma expressão artística, mas como uma ferramenta para a transformação social, ampliando o escopo teórico e metodológico da atuação profissional e oferecendo novas abordagens para a intervenção e a inclusão das juventudes periféricas.