Ab soliloquiorvm ad hermenevma seipso ex Avrelii Avgvstini vsqve Paul Ricoeur alteritas / ipsetates

Abstract

O délfico NOSCE TE IPSVM, a partir da obra Soliloquiorum de Aurelio Agostinho (345-430 d.C.), emerge em nova conformação se analizado sob a perspectiva de provimento de respostas às demandas fundamentais da condição humana, quando o retor dá primazia a existência transcendental sobre a reflexão especulativa derivada do cogito cartesiano, alargada posteriormente por Kant e os sucessores da filosofia francesa, no que então se amolda ao arco hermenêutico da compreensão de si e, desmantela o ego cogito cogitatum, para aceder à dimensão ontológica desse si em um cogito encarnado. O ponto fulcral desta tese é demonstrar que, a interpretação da intencionalidade da consciência em Soliloquiorum, expõe o modo como o Ŗeu penso augustinianoŗ aclara que no homem interior habitaria a Verdade, ao se acrescer a ipseidade assentada nas dimensões pré-predicativas da vida vivida à identidade (soi-même) de Agostinho, o que proporcionou uma téo-filosofia reflexiva a lhe indicar o sentido de sua existência como singularidade concreta, irrepetível e impermutável, que só se deixa apreender neste encontro do mesmo com o outro de si, em uma relação dialectica interna entre sua mesmidade e sua ipseidade, constituídas como a Alteridade (comme un autre) dos Études Ricoeuriennes, em sua obra Soi-même comme un Autre.