Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/10163
Tipo: masterThesis
Título: Processamento semântico, mnemônico e executivo no contínuo demencial associado ao baixo nível sociocultural
Autor(es): Tessaro, Bruna
Orientador: Scherer, Lilian Cristine
Kochhann, Renata
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Data de Publicação: 2017
Palavras-chave: SEMÂNTICA
MEMÓRIA
ENVELHECIMENTO
DOENÇA DE ALZHEIMER
HÁBITO DE LEITURA
LINGUÍSTICA
Resumo: A habilidade de comunicar-se é uma das primeiras habilidades que sofrem perdas em eventos neurodegenerativos associados ao envelhecimento, como a Doença de Alzheimer (DA). Uma vez que o número de idosos tem crescido significativamente, dado que a expectativa de vida aumentou nas últimas décadas, o estudo do envelhecimento e os estados cognitivos que o acompanham torna-se de extrema urgência e relevância. A preocupação com um diagnóstico acurado e precoce é crescente, a fim de diferenciar um declínio esperado devido à idade, de desempenhos indicativos de Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), estágio possivelmente anterior ao quadro demencial. Déficits de memória semântica têm sido cada vez mais associados à DA e, em alguns casos, ao CCL. A discussão acerca de que tipos de categorias semânticas seriam mais afetadas é bastante frutífera na literatura, porém, ainda inconclusiva em relação aos mecanismos subjacentes dessa dificuldade semântica. Além disso, a baixa escolaridade demonstra relacionar-se com aspectos cognitivos, dentre eles a deterioração semântica. Desta forma, o presente trabalho investigou o processamento semântico no CCL e na DA, comparado ao processamento por controles emparelhados por idade e perfil socioeconômico, em populações de baixa escolaridade. A dissertação organiza-se em dois estudos, ambos incluindo indivíduos com idade entre 60 e 80 anos, monolíngues e com 2 a 8 anos de escolaridade. Participaram do primeiro estudo 36 indivíduos divididos igualmente em grupo de idosos controle (GIC), grupo com DA (GDA) e grupo com CCL (GCCL), no qual desempenharam uma tarefa de nomeação e uma de associação semântica. As análises consideraram o escore total, os tipos de erros da nomeação e a animacidade dos estímulos das duas tarefas.Já o estudo dois contemplou uma tarefa de fluência verbal (TFV) de critério semântico (animais e roupas) e fonológico (/p/), desempenhada por 25 participantes controles, 24 CCL e 18 DA. As análises recaíram sobre a formação de clusters, intersections e returns na produção das fluências. Os resultados do primeiro estudo confirmam uma deterioração da memória semântica no GDA enquanto que o GCCL não apresenta diferenças em relação ao GIC e ao GDA, revelando dados inconclusivos. Os itens animados parecem ser os mais prejudicados pela degeneração decorrente da DA e do CCL. Os tipos de erros mais frequentes de todos o grupos na tarefa de nomeação foram dos tipos coordenado, omissão e superordenado, sendo que o GDA apresentou um número significativamente maior de erros destes tipos em relação ao GIC. Os resultados do segundo estudo apontam que a TFV foi sensível na diferenciação do GIC dos grupos clínicos, sendo que a fluência verbal com critério semântico diferenciou o GCCL do GDA, enquanto que a fluência verbal fonológica diferenciou o GIC do GCCL. Enquanto a combinação da análise de clusters e do escore total das duas TFVs demonstrou eficácia na diferenciação dos grupos, a categoria semântica animais, sozinha, demonstrou ser sensível na diferenciação dos três grupos. A frequência dos hábitos de leitura influenciaram positivamente o desempenho dos participantes nos dois estudos, sendo até mesmo mais preditivos que os anos de escolaridade para o desempenho dos participantes. O estudo pretende ampliar o entendimento da relação entre baixa escolaridade, declínio cognitivo, memória semântica e animacidade, bem como discutir modelos e teorias à luz dos dados apresentados.
Communicating is one of the first ability that suffer losses in neurodegenerative events associated to aging, such as Alzheimer’s Disease (AD). Since the number of elderly people has grown significantly, given the increase of life expectancy in the last decades, the study of aging, and the cognitive states that follow it, is extremely urgent and relevant. The concern with an accurate and early diagnosis is mounting, in order to differentiate an expected age-associated decline from deficits that point to Mild Cognitive Impairment (MCI), a clinical condition bewtween normal aging and dementia. Semantic memory deficits have increasingly been associated to AD, and, in some cases, to MCI. The discussion on which types of semantic categories are the most affected is quite productive in the literature, however, it is still inconclusive. Even more, low schooling appears to be related to cognitive aspects, including semantic deterioration. Thus, this work investigated semantic processing in MCI and AD as compared to age and socioeconomic paired controls, in a low schooling population. The thesis is organized in two studies, both include individuals aged between 60 and 80 years old, monolinguals and with 2 to 8 years of schooling. The first study included 36 individuals divided in an aging control group (ACG), a AD group (ADG), and a MCI group (MCIG), in which they were administered naming and semantic association assessments. Analyses considered total score, naming error types, and stimuli animacy in both tasks. Study two included a verbal fluency task (VFT) with semantic (animals and clothing), and phonologic (/p/) criteria, administered in 25 controls, 24 MCI and 18 AD participants. Analyses were conducted considering the formation of clusters, intersections and returns in verbal fluency productions.Findings of the first study confirm semantic memory deterioration in ADG, while MCIG did not show any differences from ACG and ADG, revealing inconclusive data. Living items seem to be the most deteriorated due to degeneration caused by AD and MCI. Most frequent error types in the naming task were coordinated, omission, and superordinated, and the ADG presented significantly more errors of these types as compared to ACG. Results from the second study show that the VFT was sensitive in differentiating the ACG from the clinical groups, and the semantic criteria differentiated MCIG from ADG, while the phonologic criteria differentiated ACG from ADG. Whilst the combination of cluster analysis and total score of both VFT showed efficacy in differentiating groups, the semantic category alone was very effective in differentiating the three groups. Reading habits have positively influenced the performance of participants in both studies, they were even more predictive of the performance of participants than scholling was. This study intends to broaden the understanding of the relationship between low schooling, cognitive decline, semantic memory, and animacy, as well as discuss models and theories based on our findings.
URI: http://hdl.handle.net/10923/10163
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