Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/10211
Tipo: masterThesis
Título: Rede e serviços de atendimento em saúde: percepções de profissionais e mulheres usuárias de crack
Autor(es): Maciel, Luisa Zamagna
Orientador: Habigzang, Luísa Fernanda
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Data de Publicação: 2016
Palavras-chave: ABUSO DE DROGAS
CRACK (DROGA)
SAÚDE PÚBLICA
PSICOLOGIA
Resumo: A alta prevalência do uso de crack no Brasil é considerada um problema de saúde pública. O uso de crack em mulheres engloba problemas de ordem social, cultural, psicológica, médica e jurídica, trazendo inúmeras consequências para a vida dessas mulheres. O desenvolvimento de políticas, ações e estratégias adequadas para atender a essa população é importante para um atendimento eficaz. Esta dissertação objetivou avaliar percepções de mulheres usuárias de crack e de profissionais da saúde sobre os atendimentos prestados nos serviços de saúde pública para essas mulheres. A dissertação é composta por dois artigos empíricos. O primeiro estudo avaliou as percepções de mulheres usuárias de crack por meio da Análise de Conteúdo de 12 entrevistas. Foram verificados aspectos avaliados como positivos e negativos nos atendimentos recebidos nos serviços de saúde, bem como sugestões e melhorias possíveis. Percebeu-se que as mulheres consideram, entre os aspectos positivos, os atendimentos multidisciplinares, com acolhimento mais afetuoso. Nos aspectos negativos, observou-se que as filas de espera para atendimento nos serviços desestimula essas mulheres a buscarem tratamento. Nas sugestões de melhorias, as mulheres sugeriram que os profissionais possuam melhores condições de trabalho para que isso não interfira nas condutas para com elas. Além disso, sugeriram capacitação continua para esses profissionais. O segundo estudo avaliou as percepções dos profissionais da saúde sobre as mulheres usuárias de crack e sobre os serviços de saúde pública para esta população. Foram realizados três grupos focais, totalizando a participação de 33 profissionais da saúde, de São Paulo e Porto Alegre. Foram identificados, por meio da Análise Temática, dois eixos centrais.No primeiro eixo, denominado “Mulheres usuárias de crack”, foram descritas características que os profissionais identificam como prevalentes em mulheres usuárias de crack, como baixa escolaridade, desemprego, ausência de rede de apoio, histórico de violência e estigmas relacionados ao gênero. No segundo eixo, denominado “Serviços de saúde pública”, foram descritos como os profissionais percebem o fluxo da rede, que possui algumas dificuldades, principalmente pela falta de um serviço específico de saúde da mulher. Nas intervenções, foi possível perceber o engajamento dos profissionais em realizar atendimentos que contribuam para uma maior adesão das mulheres nos serviços. Nas limitações, observou-se a dificuldade da atenção básica em atender essas mulheres pela falta de preparo profissional específico. Observa-se, como necessidade de aprimoramento, capacitações para atender as usuárias de crack de forma mais qualificada. Estes resultados são relevantes para compreender possíveis repercussões dos serviços de saúde e dos atendimentos prestados para essa população. Em médio prazo, os resultados subsidiarão o desenvolvimento de um manual e capacitação breve para profissionais com objetivo de aprimorar intervenções efetivas para as demandas específicas de mulheres. Conclusões: É possível observar que os estudos são complementares. A visão dos profissionais e das mulheres usuárias de crack são semelhantes quanto às dificuldades encontradas nos serviços de saúde pública e a necessidade dos profissionais possuírem condições de trabalho adequadas e capacitação continuada.
The high prevalence of crack use in Brasil is considered a public health problem. The usage of crack among women embraces social, cultural, psychological, medical and legal areas, bringing several consequences for their lives. The development of guidelines, actions and suitable strategies to assist this population is key factor for elaboration of efficient treatment. This study has the objective to evaluate crack cocaine-dependent women perception about health care professionals regarding the assistance provided in public health system. This thesis is composed by two empirical articles. The first article aimed to evaluate the perception of crack cocaine-dependent women users through content analysis of 12 interviews. Among the public health care services provided, it was possible to categorize the speech into positive and negative perceptions, as well as recommendations and possible improvements. Among the positive perception, women mentioned the multidisciplinary assistance as more caring. Among the negative side, the waiting lists for assistance was brought as something that discourage the population in looking for treatment. Related to improvements suggested, women mentioned that professionals needed to have better working conditions in order not to interfere negatively on their approaches towards them. In addition, they suggested continuous training for these professionals. The second article evaluated the perception of the health care professionals about crack cocaine-dependent women and about the public health services for this population. Three focus groups were conducted, totalizing 33 healthcare professionals from São Paulo and Porto Alegre.Through thematic analyses, it was identified two main axis. In the first axis, named as “Crack female users”, it was described characteristics that professionals identified as prevalent in crack cocaine women, such as low educational level, unemployment, lack of social and familiar support, violence background history and social and gender stigmas. In the second axis, named as “Public healthcare services”, it was described how professionals see the health system flow, which contains certain difficulties, mainly regarding the lack of women focused service. Regarding interventions, it was possible to notice the commitment from the professionals in driving the assistances which contributed to women higher adherence in the services. In the limitations, it was observed the difficulty of professional of basic attention to attending the women, highlighting the necessity to improve the attending of women who were crack users. These results are relevant to understand the possible repercussions of the health services and care provided to this population. In the medium term, the results will support the development of a brief manual and training for practitioners with a view to enhancing effective interventions for the specific demands of women. Conclusions: It is possible to observe that both studies are complementary. The view crack cocaine-dependent women and professionals are similar regarding the difficulties encountered in public health services and about the need of professionals to have adequate working conditions and continuous training.
URI: http://hdl.handle.net/10923/10211
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