Abstract: | O peixe zebra (Danio rerio) vem sendo cada vez mais utilizado em estudos de biologia do desenvolvimento, genética, farmacologia e de comportamento, mas os dados comportamentais obtidos nessa espécie apresentam uma grande variabilidade. A maioria dos estudos vem sendo realizados utilizando animais isolados, apesar do seu comportamento natural de formar e viver em cardume. Nós comparamos alguns parâmetros comportamentais e também os níveis de cortisol de peixe zebra adultos após a exposição à novidade. Na tarefa de comportamento exploratório, os resultados dos animais testados individualmente ou em trios não foram significativamente diferentes, mas os resultados dos animais testados sozinhos foram mais dispersos do que os trios nos parâmetros avaliados (latência para explorar a parte superior do aquário, tempo gasto na parte superior do aquário e número de cruzamentos, p <0,01). Na tarefa de claro/escuro, não houve diferença no desempenho dos animais testados individualmente quando comparados com os testados em trios (latência para passar para o lado escuro, tempo no lado claro e número de cruzamentos), mas na latência para passar para o lado escuro os resultados foram mais dispersos quando os peixes foram testados isoladamente (p < 0,01). Na tarefa de esquiva inibitória, apenas os peixes treinados individualmente, apresentaram aumento na latência do teste em relação à latência do treino (p <0,05). Novamente, a dispersão dos dados foi maior nos peixes testados sozinhos em comparação com os testados em trios (p <0,001). Os níveis de cortisol dos animais controle (aquário moradia) eram mais baixos do que os níveis de cortisol dos animais expostos ao teste exploratório durante 5 min (p <0,05). Comparado com trios, os níveis de cortisol dos peixes expostos ao teste individualmente foram mais variáveis (p <0,001) e maiores (P <0,05).Em resumo, utilizar peixe zebra individualmente em testes comportamentais aumenta a variabilidade dos dados, provavelmente por perturbar o seu comportamento natural de formação de cardume. Estes achados mostram que testar peixe zebra isolados pode ser benéfico ou prejudicial, dependendo dos objetivos do estudo mas, isso deve ser levado em consideração ao se estabelecer protocolos comportamentais e também na interpretação dos resultados obtidos. Zebrafish has been increasingly used in behavioral studies, but data can present high variability. Most studies have been performed using isolated zebrafish, despite their interactive nature and dependence on shoal counterparts. We compared adult zebrafish behavioral parameters and cortisol levels after exposure to novelty in animals tested individually or in groups of three (triplets). In the exploratory behavior task, data from single fish and triplets were not significantly different, but single fish data were more disperse than in triplets in latency to and time spent in the tank upper part, and crossings (p<0. 01). In the light dark task, latency to enter in the dark zone, time in the light zone, and number of crossings were not different between groups, but results were more variable in single fish’s latency to enter the dark zone compared to triplets (p<0. 01). In the inhibitory avoidance task, only fish trained individually showed increased test latencies compared to training (p<0. 05). Again, data dispersion was higher in single fish than in triplets (p<0. 001). Cortisol levels from animals in their housing tank were lower than in fish exposed to the exploratory tank for 5 min (p<0. 05). Compared to triplets, cortisol levels of fish individually exposed to the test tank were higher (p<0. 001) and more variable (p<0. 05). Thus, using single zebrafish in behavioral studies increases data variability, probably by disrupting their natural shoal behavioral strategies. This feature can be beneficial or detrimental depending on study aims and should be considered when designing, analyzing and interpreting zebrafish behavioral data. |