Resumo: | No ano em que esta pesquisa foi desenvolvida, o Ato Institucional n. 5 (AI-5),
que instaurou os anos de chumbo, marcados por repressão policial, censura,
perseguição e tortura a opositores, completava 50 anos, e, ao longo desse tempo,
os veículos de comunicação mudaram muito seu posicionamento, dinamizando o
imaginário do período e o papel que tiveram. Posto isso, a presente pesquisa parte
de duas questões questão: 1) Como o jornal impresso O Globo narrou os principais
acontecimentos políticos que antecederam o Ato Institucional n. 5 (AI-5) em 1968?
2) Quais camadas de real e de imaginário nos são possíveis des(en)cobrir na
narrativa jornalística analisada?
Por meio das narrativas do vivido, método proposto por Silva (2003),
analisamos a narrativa jornalística, buscando desvelar o imaginário encoberto pelo
jornal. A pesquisa se apoiou teoricamente em bibliografias sobre a ditadura militar no
Brasil, a imprensa brasileira e a relação entre ambos, além de aprofundar noções
como narrativa, acontecimento e imaginário. Como principal resultado,
compreendemos a construção narrativa da conjuntura política de 1968, com seus
episódios e personagens, nas páginas de O Globo e des(en)cobrimos as camadas
de imaginário que perpassam o discurso. In the year that this research was developed, Institutional Act n. 5 (AI-5), which
started difficult years, marked by police repression, censorship, persecution and
torture of opponents, was 50 years old, and, throughout that time, the communication
vehicles have changed their position a lot, changing the imaginary of the period and
the role they played. The present research starts from two question questions:
1) How the newspaper O Globo narrated the main political events that preceded the
AI-5 in 1968? 2) What layers of real and imaginary are we able to uncover in the
analyzed journalistic narrative?
Through the narratives of the lived, method proposed by Silva (2003), we
analyze the journalistic narrative, seeking to unveil the imaginary hidden in the
newspaper. The research is theoretically supported by bibliographies of the military
dictatorship in Brazil, the Brazilian press and the relationship between both. We also
deepen notions such as narrative, event and imaginary. As main result, we could
understand the narrative construction of the political conjuncture of 1968, with its
episodes and characters, in the pages of O Globo, and we uncovered the imaginary
layers that permeate the discourse. |