Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/16687
Tipo: masterThesis
Título: Incontinência urinária e mortalidade em nonagenários e centenários do Projeto AMPAL
Autor(es): Ulrich, Vivian
Orientador: Bós, Ângelo José Gonçalves
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Data de Publicação: 2020
Palavras-chave: INCONTINÊNCIA URINÁRIA
IDOSOS
SAÚDE PÚBLICA
GERONTOLOGIA
Resumo: O envelhecimento acarreta modificações fisiológicas que podem facilitar o surgimento de doenças crônicas, incapacitantes e progressivas, que comprometem a independência e autonomia das pessoas, principalmente os nonagenários e centenários. A incontinência urinária (IU) é um sintoma frequente na população idosa, considerado um dos grandes Gigantes da Geriatria. Por ser incapacitante e onerosa, pode gerar fatores que aumentam a fragilidade do longevo, afetando diretamente sua qualidade de vida e talvez a sua sobrevida. Objetivo: Estudar a influência da IU na mortalidade de nonagenários e centenários. Métodos: Nonagenários e centenários participantes do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL), identificados como tendo ou não IU na avaliação inicial de 2016 e acompanhados periodicamente até 30 de agosto de 2019, foram incluídos na presente pesquisa. No final do acompanhamento, foram identificados os participantes que faleceram por contato telefônico ou por consulta a lista de óbitos fornecida pela Central de Atendimento Funerário da Prefeitura de Porto Alegre. Inicialmente, foi realizada uma análise descritiva dos possíveis fatores relacionados à IU (covariáveis sociodemográficas, clínicas, de hábitos de vida e desempenho funcional). Para a análise de sobrevida, foi utilizado o tempo de acompanhamento, calculado pelo número de meses entre a primeira avaliação e a data do óbito para o grupo falecido, e a data do último contato para os participantes supostamente vivos.A análise foi realizada pela Regressão de Dano de Cox nos modelos simples, incluindo as covariáveis significativas na análise descritivas. Posteriormente, foi realizada a análise ajustada para a IU, objetivando entender a possível influência da condição sobre as covariáveis e a influência destas sobre a IU. Resultados: A prevalência de incontinência urinária foi de 56%, sendo 64%, entre as mulheres, e 38%, entre os homens (p<0,01). A presença de IU foi significativamente relacionada ao estado conjugal (p<0,01), com maior frequência entre os viúvos. Os incontinentes saíam menos de casa (p=0,0207), participavam menos de atividades sociais (p=0,0742), tinham maior número de doenças crônicas (p=0,0235) e sintomas depressivos (p=0,0800) e pior pontuação na avaliação cognitiva (p=0,0420).Os participantes com IU tiveram uma menor sobrevida, ainda que o resultado não tenha sido significativo (p=0,2292). Por outro lado, ser mais velho (p=0,0008), ter multimorbidades (p=0,0177), presença de sintomas depressivos (p=0,0025), sair menos de casa (p=0,0059), participar menos de atividades sociais (p<0,001) e ter pior funcionalidade de membros inferiores (MsIs) (p<0,001) foram variáveis significativas para uma menor sobrevida. Na análise ajustada, a presença de sexo masculino no modelo aumentou a predição da perda urinária de 29% para 33% a chance de apresentar óbito, apesar de não ser significativo (p=0,188). As variáveis mais impactadas pela IU no modelo para predição de óbito foram: presença ≥ 10 DCNT’s e > 3 sintomas depressivos. As variáveis que mais impactaram a predição de óbito pela IU foram: participação de atividades sociais, sair de casa, MEEM e desempenho de membros inferiores. Conclusões: A IU não foi preditor significativo de mortalidade, apesar da sobrevida menor. A presença da perda da urina terá menor impacto na mortalidade se o participante se mantiver saindo de casa, participando de atividades sociais, com cognição e desempenho de atividades de membros inferiores preservados.
Aging causes physiological changes that can facilitate the emergence of chronic, disabling and progressive diseases that compromise the independence and autonomy of people, especially nonagenarians and centenarians. Urinary incontinence (UI) is a frequent symptom in the elderly population, considered one of the great Giants of Geriatrics. Because it is disabling and costly, it can generate factors that increase long-term fragility, directly affecting their quality of life and perhaps their survival. Objective: To study the influence of UI on the mortality of nonagenarians and centenarians. Methods: Nonagenarians and centenarians participating in the Multiprofessional Long-term Care (AMPAL) project, identified as having or not UI in the initial assessment of 2016 and periodically monitored until August 30, 2019, were included in this research. At the end of the follow-up, participants who died by telephone contact or consultation were identified by the list of deaths provided by the Funeral Care Center of the Porto Alegre City Hall. Initially, a descriptive analysis of possible UI-related factors (sociodemographic, clinical, lifestyle and functional performance covariates) was performed. For survival analysis, we used the follow-up time, calculated by the number of months between the first assessment and the date of death for the deceased group, and the date of the last contact for the supposedly living participants.The analysis was performed by Cox Damage Regression in simple models, including significant covariates in the descriptive analysis. Subsequently, the adjusted UI analysis was performed, aiming to understand the possible influence of the condition on the covariates and their influence on the UI. Results: The prevalence of urinary incontinence was 56%, being 64% among women and 38% among men (p<0.01). The presence of UI was significantly related to marital status (p<0.01), more frequently among widowers. Incontinents left homeless (p=0.0207), participated less in social activities (p=0.0742), had more chronic diseases (p=0.0235) and depressive symptoms (p=0.0800). and worse score on cognitive assessment (p=0.0420). Participants with UI had a shorter survival, although the result was not significant (p=0.2292). On the other hand, being older (p = 0.0008), having multimorbidities (p = 0.0177), having depressive symptoms (p = 0.0025), leaving less than home (p = 0.0059), participating less social activities (p <0.001) and having worse lower limb functionality (MsIs) (p <0.001) were significant variables for lower survival.In the adjusted analysis, the presence of males in the model increased the prediction of urinary loss from 29% to 33% the chance of death, although not significant (p = 0.188). The variables most impacted by UI in the death prediction model were: presence ≥ 10 NCDs and> 3 depressive symptoms. The variables that most impacted the prediction of death by UI were: participation in social activities, leaving home, MMSE and lower limb performance. Conclusions: UI was not a significant predictor of mortality despite shorter survival. The presence of loss of urine will have less impact on mortality if the participant keeps leaving home, participating in social activities, with cognition and performance of preserved lower limb activities.
URI: http://hdl.handle.net/10923/16687
Aparece nas Coleções:Dissertação e Tese

Arquivos neste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
000498302-Texto+Completo-0.pdfTexto Completo6,05 MBAdobe PDFAbrir
Exibir


Todos os itens no Repositório da PUCRS estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, e estão licenciados com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Saiba mais.