Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/16937
Tipo: masterThesis
Título: Dyonélio Machado: perspectivas para o estudo de sua vida e obra
Autor(es): Dornelles, Jonas Kunzler Moreira
Orientador: Theobald, Pedro
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Data de Publicação: 2020
Palavras-chave: LITERATURA RIO-GRANDENSE - HISTÓRIA E CRÍTICA
LITERATURA RIO-GRANDENSE
Resumo: O presente trabalho busca desenvolver uma reflexão sobre a figura de Dyonélio Machado, através de uma aproximação com pensadores dos mais diversos campos das ciências humanas. O horizonte da interpretação é fornecido por Paul Ricoeur, que em seu A memória, a história, o esquecimento estabelece a distinção dos campos da memória individual, memória coletiva e da historiografia, arbitradas por uma hermenêutica da condição humana. É dentro desse quadro que surge a concepção do arquivo como rastro, que se apresenta primeiramente como um conector entre tempo privado da autocriação e o tempo público da cotidianidade. A concepção de rastro também serve como reconhecimento não só das evidências, mas da fragmentação, dos vazios e dos não-ditos existentes no arquivo. Com essa perspectiva em mente, passamos a uma reconstrução da trajetória de Dyonélio. Estabelece-se sua conexão com a instituição literária, com a política de seu tempo, e com a comunidade médica. Na busca de uma ampliação daquilo que seja a memória coletiva a seu respeito, indicamos também novas descobertas documentais, vindas da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Passamos então à identificação daquilo que fundamenta nossa análise historiográfica, apresentando aspectos irônicos presentes em entrevistas, ensaios e literatura. Em seguida, indicamos o espaço onde consideramos adequado reconhecer os bastidores de sua obra, na esfera privada. É ali que o escritor se preocupa em potencializar e expandir o conjunto de sua produção, voltando-a para uma posteridade. Dessa maneira, resgatamos seu horizonte ainda aberto, de um projeto que teria se construído para o porvir.Estabelecido esse horizonte, é possível fazer certas críticas a interpretações que exageram aquilo que pode ser objetivado pelos rastros. A principal dessas, que surge desde muito cedo na crítica, é o biografismo. Nessa abordagem, temos um resquício interpretativo de certas figuras do espaço social que foram antagonistas ao seu projeto, que perpetuaram na memória coletiva a analogia entre vida e obra. Isso cria possíveis reflexos, como outra espécie de exagero interpretativo, aquela que imagina uma intricada psicanálise do autor. A partir desse conjunto de análises de seu arquivo, passamos a definir três representações a respeito de Dyonélio Machado, que poderiam fomentar uma rememoração mais adequada e fiel a seus rastros. É em um horizonte democrático então que percebemos como sua obra deixa um imenso legado de reflexão sobre os esquecimentos da história, e um testemunho sobre seu próprio contexto.
The present Master’s thesis seeks to develop a reflection on the figure of Brazilian writer Dyonélio Machado, through an approach with thinkers from the most diverse fields of human sciences. The horizon of interpretation is provided by Paul Ricoeur, who in his Memory, History, Forgetting establishes the distinction between the fields of individual memory, collective memory and historiography, arbitrated by a hermeneutics of the human condition. It is within this framework that the conception of the archive as a trail emerges, which first presents itself as a connector between the private time of self-creation and the public time of everyday life. The concept of a trail also serves as recognition not only of the evidence, but also of the fragmentation, the voids and the unsaid in the archive. With this perspective in mind, we proceed to a reconstruction of Dyonélio Machado’s trajectory. His connection with the literary institution, with the politics of his time, and with the medical community is established. In the search for an expansion of what is the collective memory about him, we also indicate new documentary discoveries, coming from the magazine archive of the National Library in Rio de Janeiro. We then proceed to the identification of what underlies our historiographic analysis, presenting ironic aspects in interviews, essays and literature. Then, we indicate the space where we consider it appropriate to recognize the secret side of his work, in the private sphere. It is there that the writer is concerned with enhancing and expanding the set of his production, addressing it to posterity.In this way, we rescued its still open horizon, from a project that was possibly built for the future. Once this horizon is established, it is possible to make certain criticisms of interpretations that exaggerate what can be objectified by the tracks. The main one, which emerges from a very early stage in criticism, is biographism. In this approach, we have an interpretive remnant of certain figures from the social space who were antagonistic to his project, who perpetuated in the collective memory the analogy between life and work. This creates possible reflexes, like another kind of interpretive exaggeration, one that imagines an intricate psychoanalysis of the author. From this set of analyses from his archive, we began to define three representations about Dyonélio Machado, which could foster a more adequate and faithful remembrance of his tracks. It is in a democratic horizon, then, that we realize how his work leaves an immense legacy of reflection on the forgetfulness of history, and a testimony about his own context.
URI: https://hdl.handle.net/10923/16937
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