Educação tecnológica ao alcance de todas? a invisibilidade das mulheres empobrecidas em revistas produzidas por instituições federais do Sul do Brasil

Abstract

O presente estudo buscou analisar a presença – ou não – da educação tecnológica direcionada para mulheres empobrecidas e estudantes do PROEJA em artigos publicados nas revistas de dois Institutos Federais: a revista #Tear, do IFRS e a revista EJA em Debate, do IFSC. O recorte temporal das edições foram os anos de 2012 a 2017. Para a realização da análise dos artigos selecionados, utilizaram-se a análise documental, a hermenêutica feminista e a educação popular. A análise indica a invisibilização das mulheres estudantes no PROEJA. Na revista EJA em Debate, especializada em Educação de Jovens e Adultos (EJA), não foram encontrados artigos com reflexões indicando "mulheres na educação tecnológica". E a contribuição da revista #Tear apresentou indícios de que é possível discutir e refletir sobre nossos/as estudantes no Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA. A invisibilidade ou a ausência de estudos sobre as mulheres estudantes do PROEJA, nas revistas, sinaliza um reflexo sobre como a educação tecnológica que envolve mulheres ainda é um campo de estudo para os Institutos Federais e para a sociedade em geral.

This search aimed to analyse the presence or not of technologial education targeting impoverished women and students attending PROEJA in articles published in journals of two IF (from Portuguese: Institutos Federais; in English: Federal Institutes): #Tear, journal from the IFRS; and EJA em Debate, journal from the IFSC. The time frame of the issues was years 2012 and 2017. To carry out the analysis of the articles selected, we made use of documental analysis, feministic hermeneutics and popular education. The analysis indicates the process of invisibilization of women/students on PROEJA. On the journal EJA em Debate, specialized in EJA - Educação de Jovens e Adultos (Education for Young and Adults), no articles reflecting on “women in technological education” were found. And the contribution of #Tear journal showed evidence that it is possible to discuss and reflect about our students attending PROEJA – the National Program for the Integration of Professional Education with Basic Education in the modality of Education for Young and Adults. The invisibility or lack of studies on women attending PROEJA, on those journals, signals a reflection on how the technological education of women is still a field of study for the Federal Institutes and the society in general.