O trabalho das juventudes brasileiras frente à superexploração da força de trabalho no contexto de crise do capital

Abstract

A presente tese aborda as particularidades do trabalho das juventudes num cenário de crise estrutural do capital, onde os processos de superexploração da força de trabalho acentuam-se nos países de economia dependente, como o Brasil. Na pesquisa realizada analisou-se como vem se constituindo o trabalho das juventudes brasileiras frente à superexploração da força de trabalho num contexto de crise do capital. Esta pesquisa prioriza a abordagem qualitativa e é orientada pelo Materialismo Histórico Dialético. O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, a qual busca uma aproximação e aprofundamento sobre o tema, a partir da pesquisa bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica ocorreu nas seguintes bases de dados: Scielo e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), em que foram analisadas as produções publicadas entre 2015 e 2020. Na pesquisa documental, foram analisados os documentos públicos relacionados às juventudes brasileiras na interface com o mundo do trabalho, publicados no período entre 2015 e 2020. Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica da Análise Textual Discursiva (MORAES, 2003).Os dados da pesquisa revelam que as juventudes compõem um segmento privilegiado do exército industrial de reserva favorecendo a produção e reprodução do capital. Ademais, o trabalho informal e o empreendedorismo constituem-se como duas faces da mesma moeda quando se analisa o trabalho juvenil, uma vez que as elevadas taxas de informalidade do trabalho das juventudes brasileiras se intensificam, com a ausência de proteção trabalhista e a precarização do trabalho. Os dados de pesquisa revelam o enfoque das agências e organismos internacionais no desenvolvimento do capital humano juvenil, por meio da ideologia da profissionalização dos jovens. Do mesmo modo, o Trabalho Decente para a juventude se apresenta como uma promessa civilizatória que não pode ser cumprida nos marcos do capital, ao ignorar o traço de exploração capitalista em toda e qualquer forma de relação de trabalho na sociedade contemporânea, sobretudo, nas economias dependentes.

This thesis addresses the particularities of youth work in a scenario of structural crisis of capital, where the processes of overexploitation of the workforce are accentuated in dependent economy countries, such as Brazil. In the research carried out, it was analyzed how the work of Brazilian youths has been constituted in the face of the overexploitation of the workforce in a context of capital crisis. This research prioritizes a qualitative approach and is guided by Dialectical Historical Materialism. The present study is an exploratory research, seeking an approximation and deepening of the theme, based on bibliographical and documentary research. The bibliographic research took place in the following databases: Scielo and Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD), where the productions published between 2015 and 2020 are being analyzed. interface with the world of work, published in the period between 2015 and 2020.For data analysis, the Discursive Textual Analysis technique was used (MORAES, 2003). Research data reveal that youths make up a privileged segment of the industrial reserve army, favoring the production and reproduction of capital. In addition, informal work and entrepreneurship are two sides of the same coin when analyzing youth work, since the high rates of informality in the work of Brazilian youth are intensified, with the absence of labor protection and the precariousness of work. work, perpetuated in the same way by entrepreneurship. Research data reveal the focus of international agencies and organizations on the development of youth human capital, through the ideology of youth professionalization. In the same way, decent work for the youth presents itself as a civilizing promise that cannot be fulfilled within the framework of capital, by ignoring the trait of capitalist exploitation in any form of work relationship in contemporary society, especially in economies dependents.