| Resumo: | Backgroud: Este trabalho leva em conta, como pano de fundo, o problema funcional da consciência, retratado na questão sobre a função da consciência, a saber, primeiro, na indagação pela razão da consciência ter emergido em animais não-humanos e animais humanos em um processo evolucionário e, depois, se ela foi relevante para os organismos que a possuíam. Há uma enorme variedade de modelos que são oferecidos como respostas provisórias ao problema funcional da consciência, contudo esta pesquisa sustenta-se, majoritariamente, em modelos cognitivistas, neurais e de alta-ordem da consciência. Tais modelos são levados em consideração de modo coerente e orientados por uma perspectiva evolucionária, mantendo a ênfase em princípios cruciais como o gradualismo, a seleção natural, a descendência comum, a adaptação e outros. Os Modelos Evolucionistas são considerados propícios à investigação do “por que” a consciência ter evoluído na espécie humana, pois eles se concentram em expor as razões da interação co-evolutiva entre as emoções e a cognição, a comunicação animal e a linguagem em animais humanos, com a consciência. Hipótese de Trabalho: A proposta é uma definição conceitual do mecanismo consciente como um tradutor de estados internos e implícitos em estados extrínsecos por meio de representações simbólicas. A hipótese defendida é que a consciência possui a função comunicativa capaz de recrutar a memória de trabalho, especificamente, os seus subcomponentes especialistas, e o sistema cognitivo-computacional da sintaxe, que tem uma estrutura sintática no seu cerne, para codificar a informação simbolicamente e que é capaz de ser decodificada pelos organismos que possuem o mesmo sistema cognitivo-computacional de mesclagem de estruturas linguísticas e um mesmo modelo de memória de trabalho e os seus subcomponentes.Em outras palavras, o mecanismo consciente de tipo noético (verbal) funciona como um coordenador da atividade da memória de trabalho, inicialmente, e do sistema cognitivo-computacional para codificações subsequentes, transformando os estados discretos internos, como os estados emocionais, em comportamento simbólico expresso através de representações simbólicas de alta-ordem. Aos organismos possuidores desses recursos, uma vantagem adaptativa foi conferida, pois tais organismos vivem em uma organização socialmente interdependente e, agora, eles são capazes de comunicar aos outros organismos os seus estados internos, tais como o estado do seu corpo, as suas intenções, os seus planos e as características do ambiente com mais complexidade e precisão que a comunicação comportamental não-simbólica. Metodologia: O modo de exposição subdivide o texto em duas partes, sendo a Parte 1, constituída por dois capítulos, e a Parte 2 é composta por somente um capítulo. No Capítulo 1, a abordagem incide sobre as Expressões Emocionais, as Funções Executivas, especialmente, a Memória de Trabalho e a Atenção Seletiva, e a Consciência. No Capítulo 2, o alvo cabe em interpelar as relações entre os Sistemas de Comunicação Avançados em Animais Não-Humanos e a Linguagem em Animais Humanos. Os dois primeiros capítulos firmam a base teórica e experimental da hipótese de trabalho. Na Parte 2, mais precisamente, no Capítulo 3, a Hipótese Comunicação-Linguagem para a Evolução da Consciência é apresentada formalmente. Todos os capítulos são subdivididos em 6 subseções e a cada inserção de subseção, a hipótese de trabalho é resgatada para dar o sentido que cada tópico ocupa para a hipótese de trabalho.Em geral, esta é uma abordagem teórico-conceitual, típica da pesquisa de base em neurociências cognitivas e neurofilosofia, que procura oferecer, com embasamento em modelos explicativos teórico-experimentais variados, uma definição conceitual para a origem da consciência que, talvez, no futuro, poderá ser usada pela ciência aplicada enquanto definição operacional. Objetivos: Em geral, as metas consistem em apresentar o problema da função da consciência e uma definição conceitual passível de virar uma definição operacional no futuro, se bem-sucedida. Desse modo: (1) inicialmente, se busca salientar como a questão da função da consciência deva ser apreendida e descrever as características gerais dos modelos evolucionistas, que servem de base teórica e experimental enquanto efeito preparatório para a introdução da hipótese de trabalho; (2) seguidamente, o primeiro momento da hipótese de trabalho reside em indicar como as expressões emocionais, as funções executivas e o sistema cognitivo-computacional da recursividade sintática interagem para a produção de comportamento verbal através de representações explícitas de estados internos do organismo, detalhadamente, apontando como o mecanismo consciente co-evolui com a linguagem em animais humanos possibilitando a tradução das representações intrínsecas em extrínsecas para performar propósitos comunicativos em organismos, inseridos em um nicho ecológico e social compartilhado, que possuem o mesmo sistema capaz de codificar e decodificar as informações simbólicas; (3) por último, se aspira tencionar sobre o segundo momento da hipótese de trabalho, a saber, demonstrar que se a consciência não depende evolutivamente da linguagem, esta última é dependente da consciência e da coparticipação evolutiva, um novo grau de complexidade evolutiva resultou para a consciência.Resultados: Mesmo que a hipótese possa apresentar incompletude e carecer de maior base teórica e corroboração experimental, ela poderá ser um prospecto condizente com as referências norteadoras da pesquisa atual e, se bem-sucedida no confronto com as críticas relevantes, servir como uma definição operacional típica da pesquisa aplicada. Conclusão: Assim como o estado de arte em “Estudos da Consciência” indica estar ainda numa fase inicial de levantamento das hipóteses, esclarecimento de definições conceituais, ensaios de aproximação interdisciplinar entre os modelos com maior afinidade, este trabalho está circunscrito numa fase preliminar de brainstorming, que depois de passar por crivo crítico e ajustes, talvez, poderá ser testado adiante.
Background: This work takes into account, as a background, the functional problem of consciousness, portrayed in the question about the function of consciousness, namely, first, in the question of why consciousness has emerged in non-human animals and human animals in an evolutionary process, and then whether it was relevant to the organisms that possess it. There is a huge variety of models that are offered as interim answers to the functional problem of consciousness, however, this research is mostly based on cognitive, neural, and higher-order models of consciousness. Such models are coherently considered and guided by an evolutionary perspective, keeping the emphasis on crucial principles such as gradualism, natural selection, common descent, adaptation, and others. Evolutionary Models are considered conducive to investigating “why” consciousness evolved in the human species, such as they focus on exposing the reasons for the co-evolutionary interaction between emotions and cognition, animal communication and language in human animals, with consciousness. Working Hypothesis: The proposal is a conceptual definition of the conscious mechanism as a translator of internal and implicit states into extrinsic states through symbolic representations. The hypothesis defended is that consciousness has the communicative function capable of recruiting working memory, especially its specialist subcomponents, and the cognitive-computational system, which has a syntactic structure at its core, to encode information symbolically and which is capable of being decoded by organisms that have the same cognitive-computational system of mixing linguistic structures and the same model of working memory and its subcomponents.In other words, the verbal noetic-type conscious mechanism works as a coordinator of the activity of the working memory, initially, and of the cognitive-computational system for subsequent encodings transforming internal discrete states, such as emotional states, into symbolic behavior expressed through representations. higher-order symbols. To organisms possessing these resources, an adaptive advantage was conferred, as such organisms live in a socially interdependent organization and, now, they can communicate to other organisms their internal states such as the state of their bodies, their intentions, their plans, and the features of the environment with more complexity and precision than non-symbolic behavioral communication. Methodology: The exposition mode subdivides the text into two parts, with Part 1 consisting of two chapters, and Part 2 consisting of only one chapter. In Chapter 1, the approach focuses on Emotional Expressions, Executive Functions, especially Working Memory and Selective Attention, and Consciousness. In Chapter 2, the aim is to question the relationships between Advanced Communication Systems in Non-Human Animals and Language in Human Animals. The first two chapters establish the theoretical and experimental basis of the working hypothesis. In Part 2, precisely, in Chapter 3, the Communication-Language Hypothesis for the Evolution of Consciousness is formally presented. All chapters are subdivided into 6 subsections and at each insertion of a subsection, the working hypothesis is rescued to give the meaning that each topic occupies for the working hypothesis. In general, this is a theoretical-conceptual approach, typical of basic research in cognitive neurosciences and neurophilosophy, which seeks to offer, based on varied theoretical-experimental explanatory models, a conceptual definition for the origin of consciousness that.perhaps, in the future, can be used by applied science as an operational definition. Goals: In general, the goals consist of presenting the problem of the function of consciousness and a conceptual definition that can become an operational definition in the future if successful. Thus: (1) initially, it seeks to highlight how the question of the function of consciousness should be apprehended and describe the general characteristics of the evolutionary models that serve as a theoretical and experimental basis as a preparatory effect for the introduction of the working hypothesis; (2) then, the first moment of the working hypothesis lies in indicating how emotional expressions, executive functions and the cognitive-computational system of syntactic recursion interact to produce verbal behavior through explicit representations of internal states of the organism, in detail , pointing out how the conscious mechanism co-evolves with language in human animals, enabling the translation of intrinsic representations into extrinsic ones to perform communicative purposes in organisms, inserted in a shared ecological and social niche, which have the same system capable of encoding and decoding the symbolic information; (3) finally, the aim is to consider the second moment of the working hypothesis, namely, to demonstrate that if consciousness does not depend evolutionarily on language, the latter one is dependent on consciousness and on evolutionary co-participation, a new degree of evolutionary complexity resulted for consciousness. Results: Even if the hypothesis may be incomplete and lack a greater theoretical basis and experimental corroboration, it may be a prospect consistent with the guiding references of current research and, if successful in confronting the relevant criticisms, serve as an operational definition typical of applied research.Conclusion: Just as the state of the art in “Consciousness Studies” indicates that it is still in the initial phase of raising hypotheses, clarifying conceptual definitions, and testing an interdisciplinary approach between the models with greater affinity, this work is limited to a preliminary brainstorming phase, which after going through a critical cribble and adjustments, perhaps, will be able to be tested further. |
