Resumo: | Introdução: As Doenças Negligenciadas em pessoas idosas, frente ao diagnóstico de hanseníase, HIV/AIDS e Tuberculose, vão ao encontro das demandas de pesquisa em saúde ao avaliar sob aspectos subjetivos e objetivos o itinerário dos idosos na rede de atenção à saúde, a dupla negligencia ao revelar a deficitária formação profissional seguido da assistência sem capacitação específica as pessoas idosas. Os marcadores semânticos como a incongruência, obviedade e complexidade, emergiram e foram empregados com o intuito em ratificar a vulnerabilidade multifacetada. A incongruência se revela no reconhecimento do legado assolador atribuído pela patogenicidade biológica e social inerentes a essas doenças e sua interlocução com a inexistência de hábitos de higiene, esses fenômenos ditados por microrganismos invisíveis e mortais exibem a lacuna em um controle epidemiológico eficaz. A obviedade paira ao analisar as esferas sociais e as instâncias governamentais que são corresponsáveis na organização social, política e de saúde do país, a esses estratos representativos de gestão, se ancora na negligência instituída reforçando as desigualdades. A complexidade, insurge ao identificar as possibilidades existentes na resolução e mudanças da realidade sob a égide da educação em saúde estendida a toda a população. Objetivo: analisar o contexto de atenção à saúde e o autocuidado em pessoas idosas em situação de vulnerabilidade com doenças negligenciadas, no município de Santa Maria, RS, a fim de contribuir para a educação em saúde, com toda a sociedade. Método: trata-se de um estudo qualitativo, em nível exploratório-descritivo, com abordagem participativa fizeram parte deste estudo 20 idosos, sendo 11 mulheres e 9 homens. Os dados foram obtidos pela Vigilância em Saúde seguida de entrevista semiestruturada.Resultados e Discussão: Os achados revelam outras formas de adoecimento experienciada pelos idoso. A doença social deflagrada assume um perfil sustentado e nutrido pela exclusão, preconceito, estigma e auto rejeição, evidenciando que a atenção à saúde e ao autocuidado experienciado pelas pessoas idosas são influenciadas pelos marcadores sociais. Os resultados apontaram que a maioria dos participantes da pesquisa eram mulheres (55%), 35% recebiam aposentadoria, porém 25% estavam desempregados e 55% não tinham planos de saúde privados, dependendo somente do SUS. A partir da análise de conteúdo das entrevistas identificou-se a violência estrutural evidenciada através da exclusão do acesso a direitos, banalização da doença, negação a assistência à saúde, não cumprimento da lei e do dever social e técnico do profissional no atendimento às demandas das pessoas idosas com doenças negligenciadas, revelando a fragilidade do sistema de saúde e social. Conclusão: Os tenros desafios elucubrados, reafirmam a fragilidade na prestação de serviços a saúde nessa toada inicia-se o longo e, muitas vezes, irresoluto itinerário percorrido pelos idosos em busca por resolutividade e acesso. Diante do termo autocuidado, com terminologia autoexplicativo orbita uma simplicidade ilusória embalada por meandros em sua consolidação. A não adesão do autocuidado pode ser apontada pela quimérica da autopercepção e do autoconhecimento que somada as Doenças Negligenciadas e a vulnerabilidade das pessoas idosas inviabilizam a prática do cuidar de si. Enfim, as futuras investigações recaem no desafio em ser exequível.
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