Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/9014
Type: masterThesis
Title: Prevalência e fatores associados a sintomas de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade em imigrantes haitianos no Rio Grande do Sul
Author(s): Brunnet, Alice Einloft
Advisor: Kristensen, Christian Haag
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Issue Date: 2016
Keywords: TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
IMIGRAÇÃO
SAÚDE MENTAL
PSICOLOGIA COGNITIVA
DEPRESSÃO
ANSIEDADE
PSICOLOGIA
Abstract: Após o terremoto que atingiu o Haiti em 2010 houve um aumento da imigração haitiana ao Brasil. A associação entre migração e saúde mental tem sido o foco de muitos estudos, em especial em países da América do Norte e da Europa. O impacto da imigração ainda é controverso. Imigrantes são frequentemente expostos a fatores de risco como pobreza, baixa escolaridade, violência, entre outros. No entanto, alguns estudos epidemiológicos indicam que imigrantes apresentam baixos índices de psicopatologias quando comparados com a população nativa. Estudos em diferentes contextos são necessários para um melhor entendimento dos fatores de risco e proteção para saúde mental dessa população. A presente dissertação é composta por dois estudos, sendo uma revisão sistemática e um estudo empírico. A revisão sistemática explora a prevalência do Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT) em imigrantes provenientes de diferentes contextos e analisa possíveis evidências do immigrant paradox nesta população. A revisão foi conduzida a partir das recomendações do PRISMA. Oito estudos empíricos que reportam a prevalência de TEPT em imigrantes foram incluídos. A maioria dos estudos foi realizada nos Estados Unidos. A prevalência de TEPT variou entre 2,6% e 62%. Devido a limitações metodológicas dos estudos incluídos, não foi possível evidenciar a presença ou a ausência do immigrant paradox. Por outro lado, a prevalência parece ser influenciada por um padrão complexo de fatores de risco e proteção e a imigração em si pode ser um fator menos importante do que as condições da migração. Altos índices de TEPT em imigrantes foram encontrados nos estudos, o que justifica a realização de estudos de investigação do transtorno nesta população e não apenas em refugiados.A partir desta revisão, o estudo empírico teve como objetivo investigar a prevalência e os fatores associados aos sintomas de TEPT, ansiedade e depressão em imigrantes haitianos no Rio Grande do Sul. A amostra foi composta por 66 participantes, selecionados de quatro diferentes locais em três cidades do estado. Os participantes preencheram um questionário sociodemográfico, assim como instrumentos que investigam eventos traumáticos, dificuldades pós-migração e sintomas de TEPT, ansiedade e depressão. A prevalência de TEPT encontrada foi de 9. 1%. Sintomas significativos de ansiedade e depressão foram encontrados em 10. 6% e 13. 6% dos participantes, respectivamente. Regressões lineares foram realizadas a fim de investigar possíveis fatores associados a sintomas de TEPT, ansiedade e depressão. O número de eventos traumáticos, dificuldades de aculturação, discriminação e baixo suporte social foram associados com as psicopatologias estudadas. Potenciais fatores protetivos são discutidos. Os resultados apontam para a importância de políticas públicas para promover suporte social para os imigrantes. Além disso, a promoção de informação sobre migração para a população brasileira pode melhorar a receptividade da sociedade de acolhida.
Haitian immigration to Brazil is a recent event that occurs, mostly since the earthquake that struck Haiti in 2010. The associations between migration and mental health have been the focus of many studies, especially in North American and European countries. The impact of migration on mental health is still controversial. Immigrants are frequently exposed to risk factors such as low socioeconomic status, low educational level, and increased psychological distress. Despite such risks, a number of epidemiological studies indicate that immigrants have lower rates of psychiatric disorders than natives. Studies in different backgrounds are needed to better understand the risk and protection factors for mental health problems in this population. This dissertation is composed by two studies, being one systematic review and one empirical study. The systematic review explores PTSD prevalence in migrants with different cultural backgrounds and analyzes evidence about the immigrant paradox. Eight empirical articles reporting PTSD prevalence in migrants were included following the PRISMA statement guidelines. Most studies were conducted in the USA. PTSD prevalence rates varied between 2. 6% and 62%. Due to several methodological issues in the few included studies, there is still not enough evidence to provide support for – or against – the immigrant paradox in PTSD research. Prevalence rates are influenced by a complex interaction between risk and protection factors, and migration per se may be a less important factor than the conditions of migration. High rates of PTSD in migrants were found in the studies, what highlights the need of further research with this population, not only with refugees. More studies should investigate the influence of cultural factors on PTSD prevalence in migrants outside of the USA and Europe.The empirical study aimed to investigate the prevalence and factors associated to PTSD, anxiety and depression symptoms in Haitian migrants in southern Brazil. The sample comprises 66 participants selected from four different sites in three cities of a Brazilian southern state. Participants fulfilled a socio-demographic questionnaire, as well as instruments investigating traumatic events, post-migration difficulties and symptoms of PTSD, anxiety and depression. PTSD prevalence in the sample was 9. 1%. Depression and anxiety symptoms were in the clinical range in 10. 6% and 13. 6% of participants, respectively. Linear regression models were utilized to investigate factors associated to PTSD, anxiety and depression symptoms. Number of traumatic events, acculturation difficulties, discrimination and low social support were associated to the investigated mental health disorders. Potential protective factors are discussed. The results point to the importance of public policies to promote better social support for migrants. Providing information to the Brazilian population about migration may improve receptiveness in the host society.
URI: http://hdl.handle.net/10923/9014
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