Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10923/24575
Type: masterThesis
Title: Discurso, saber e verdade na arqueologia de Michel Foucault
Author(s): Souza, Sérgio Ricardo Antunes de
Advisor: Madarasz, Norman Roland
Publisher: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Graduate Program: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Issue Date: 2023
Keywords: FILÓSOFOS FRANCESES
ANÁLISE DO DISCURSO
FILOSOFIA
Abstract: Na França, ao longo da década de 1960, o filósofo Michel Foucault (1926-1984) apresenta e propõe um novo método de análise histórica, o qual denomina de arqueologia. Sua alternativa procura se distanciar da epistemologia histórica ao mesmo tempo em que delimita a regionalidade de sua exploração: o território das positividades em que emergem os discursos. A arqueologia de Foucault surge como uma forte contraposição crítica ao tipo de análise efetuada pela história tradicional, diferenciando-se daquela por explorar o conceito de descontinuidade, em vez de ignorá-lo, e por rejeitar a ideia de linearidade ou de continuísmo na história. Neste contexto, o problema que mobiliza nosso trabalho visa responder: Qual é o estatuto da verdade na arqueologia de Foucault? Para fins de delimitação bibliográfica, fazemos um recorte que abrange as obras comumente agrupadas no período arqueológico, mais especificamente, na fase em que Foucault escreve a História da loucura, O nascimento da clínica, As palavras e as coisas e A Arqueologia do Saber. Com esta estratégia metodológica traçamos os limites de nossa pesquisa, sem, entretanto, negligenciar outros textos de Foucault, especialmente, aqueles que registram as famosas aulas que ministrou no Collège de France. Estas são as fontes primárias que utilizamos para evidenciar que Foucault utiliza sua arqueologia como um potente instrumento de análise crítica, especialmente, quando descreve os discursos que se formam e se transformam, sob a grade de um saber subjacente, a epistémê, ou quando explora a relação entre modos de subjetivação, saber, poder e verdade.Por este viés, no contexto da Renascença, da idade clássica e da modernidade, analisamos a relação de alguns destes saberes com determinados acontecimentos historicamente situados e suas implicações com a produção da verdade. Verdade e saberes que não surgem como o resultado da interveniência de uma razão que se movimenta de forma consciente em direção a um progresso no interior da história que ela mesma constitui, mas, sobretudo, como o efeito de contingências (que envolvem disputas e estratégias), que não cessam de influenciar e de modificar o campo epistemológico de cada época e, fundamentalmente, o modo de ser do próprio sujeito que nela é constituído. Esta é a hipótese que pretendemos demonstrar. Para tanto, definimos, como objetivo geral, descrever o discurso, o saber e a verdade em Foucault a partir de seu método arqueológico. Em complemento, como objetivos específicos, almejamos (a) analisar a estrutura do discurso foucaultiano; (b) definir o método arqueológico de Foucault; e, por fim, (c) descrever o saber em Foucault e sua relação com a verdade. Esperamos, ao final, poder identificar e definir a verdade no discurso foucaultiano, além de destacar a urgência que há em se entender a arqueologia do filósofo, posto que seu pensamento se apresenta como uma alternativa viável para a compreensão crítica de nosso presente.
In France, throughout the 1960s, the philosopher Michel Foucault (1926-1984) presents and proposes a new method of historical analysis, which he calls archaeology. His alternative seeks to distance itself from historical epistemology while delimiting the regionality of its exploration: the territory of positivities in which discourses emerge. Foucault's archaeology emerges as a strong critical counterposition to the type of analysis carried out by traditional history, differing from it by exploring the concept of discontinuity, rather than ignoring it, and by rejecting the idea of linearity or continuism in history. In this context, the problem that mobilizes our work aims to answer: What is the status of truth in Foucault's archaeology? For bibliographical delimitation purposes, we make a cut that covers the works commonly grouped in the archaeological period, more specifically, in the phase in which Foucault writes Madness and Civilization, The Birth of the Clinic, The Order of Things, and The Archaeology of Knowledge. With this methodological strategy, we delineate the limits of our research, without neglecting other texts by Foucault, especially those that record the famous lectures he gave at the Collège de France. These are the primary sources we use to show that Foucault uses his archaeology as a powerful instrument of critical analysis, especially when he describes the discourses that form and transform under the grid of an underlying knowledge, the epistémê, or when he explores the relationship between modes of subjectification, knowledge, power, and truth.Through this lens, in the context of the Renaissance, the classical age, and modernity, we analyze the relationship of some of these knowledges with certain historically situated events and their implications to produce truth. Truth and knowledges do not arise as the result of the intervention of a reason that moves consciously towards progress within the history that it itself constitutes, but rather as the effect of contingencies (involving disputes and strategies) that never cease to influence and modify the epistemological field of each epoch and fundamentally the mode of being of the subject itself that is constituted in it. This is the hypothesis we intend to demonstrate. To do so, we define, as a general objective, to describe discourse, knowledge, and truth in Foucault based on his archaeological method. In addition, as specific objectives, we aim to (a) analyze the structure of Foucault's discourse; (b) define Foucault's archaeological method; and finally, (c) describe knowledge in Foucault and its relationship with truth. We hope, in the end, to be able to identify and define truth in Foucault's discourse, as well as to highlight the urgency of understanding the philosopher's archaeology, since his thinking presents itself as a viable alternative for a critical understanding of our present.
URI: https://hdl.handle.net/10923/24575
Appears in Collections:Dissertação e Tese

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
000505345-Texto+completo-0.pdfTexto completo861,57 kBAdobe PDFOpen
View


All Items in PUCRS Repository are protected by copyright, with all rights reserved, and are licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License. Read more.