Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/16774
Tipo: doctoralThesis
Título: Interpretações de mulheres sobre a prisão: narrativas biográficas de presas e de egressas
Autor(es): Reif, Karina Schuh
Orientador: Santos, Hermílio
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Data de Publicação: 2020
Palavras-chave: PENITENCIÁRIA FEMININA
CRIMINALIDADE FEMININA
MULHERES - QUESTÕES SOCIAIS E MORAIS
CIÊNCIAS SOCIAIS
Resumo: O número de mulheres presas vem crescendo em todos os continentes. No Brasil, o aumento entre 2000 e 2016 foi 675%, quando o sistema penitenciário chegou a comportar 42 mil. Esta pesquisa tem o objetivo de identificar diferentes formas de interpretação sobre a prisão de mulheres com experiência de encarceramento. A partir de 24 entrevistas com presas e ex-presas – 22 no Brasil e duas no Reino Unido – foram analisados os níveis de trajetória, apresentação e interpretação das narrativas sobre a vivência atrás das grades. Do total de 24 entrevistas, sete haviam sido realizadas e publicadas anteriormente na versão final da minha dissertação de Mestrado. Elas foram incorporadas à amostra da tese para servirem como casos de comparação e como elementos para a construção de tipologias. A pesquisa foi fundamentada na abordagem da sociologia interpretativa. O foco na interação do sujeito com as estruturas sociais mostrou-se o mais apropriado para a compreensão das experiências e das interpretações sobre a prisão a partir da perspectiva das próprias entrevistadas, de seus estoques de conhecimento, sistemas de relevância e processos de socialização e trocas com o meio social, histórico e geográfico.A perspectiva desenvolvida por Gabriele Rosenthal, a partir da análise reconstrutiva de narrativas biográficas proposta por Fritz Schütze, foi a metodologia escolhida como meio de acessar o fenômeno social de interesse e orientar o processo de identificação tipológica em relação ao problema de pesquisa. Três tipos de interpretações sobre prisão foram identificados com base nas entrevistas. O primeiro diz respeito ao entendimento de que a prisão é uma barreira à liberdade. Mulheres que interpretam a prisão dessa forma começaram a dar mais importância à vida fora da prisão do que antes. O segundo tipo está relacionado ao entendimento da experiência da prisão como um fator determinante para a aprendizagem e a mudança pessoal.É uma espécie de redenção após o cometimento de crimes. O terceiro e último tipo é a interpretação da prisão como uma penalidade injusta ou mais dura do que o necessário. As entrevistadas consideram suas razões para os crimes cometidos tão fortes que não acreditam que devam ser punidas com uma sentença tão grave quanto a privação de liberdade. Por essa razão, as pesquisadas que interpretam a prisão conforme esse tipo não aceitam serem colocadas na prisão, mesmo assumindo a responsabilidade dos delitos.
The number of women in prison has increased in all continents. In Brazil, the increase between 2000 and 2016 was 656%, when the prison system reached around 42 thousand female prisoners. This research aims at identifying different interpretation types of women with imprisonment experience about prison. Twenty-four prisoners and exprisoners were interviewed – 22 in Brazil and 2 in United Kingdom – and the levels of the trajectory, self-presentation and interpretation were analyzed from these biographical narratives. From the total, seven interviews had been previously conducted, analyzed and published in the author master’s dissertation final version. They were incorporated as cases for comparison and as elements for building typologies. Research was grounded in the interpretative sociology approach. The focus on the subject's interaction with the given social structures proved to be more appropriate for understanding prison experiences and meaning from the interviewees’ knowledge and relevance system perspective, their process of socialization and exchanges with the social, historical and geographical field.The methodological approach as developed by Gabriele Rosenthal, based on the reconstructive analysis of biographical narratives proposed by Fritz Schütze, was chose to access the social phenomenon of interest and to pursue the typological identification process in relation to the research problem. Three types of interpretations about imprisonment were identified based on the collected interviews. The first concerns the understanding that prison is a barrier to freedom. This type started giving much more importance to life outside prison after the imprisonment experience. The second type is formed by women who understand the imprisonment experience as a determining factor for learning and personal change. It is a kind of redemption after committing crimes. The third and last type is composed by interviewees that interpret imprisonment as an unjust or tougher penalty than necessary.The interviewees consider their reasons for the committed irregularities so strong that they don’t believe they should be punished with a sentence as severe as imprisonment. Because of this understanding, people who are related with this type, despite taking the blame, do not accept being put inside prison.
URI: http://hdl.handle.net/10923/16774
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