| Abstract: | A tese que aqui apresentamos toma em análise uma horta urbana localizada no Bairro Lomba do Pinheiro, cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul/Brasil para compreender que experiências de aprendizagem acontecem neste espaço comunitário. Tendo como objetivo geral conhecer as experiências de aprendizagem neste contexto, recorremos à abordagem de inspiração etnográfica por meio da observação participante, desenvolvida entre 2017 e 2019, e às entrevistas junto a um grupo de aprendizes vinculadas à iniciativa comunitária. Ao longo do trabalho acionamos uma ideia ontológica de aprendizagem, baseada na noção de participação em uma prática compartilhada com outros humanos e não humanos. Essa perspectiva diz respeito a aprender como aprender a ser, a habitar, e a adquirir habilidades, ao mesmo tempo em que se constrói vínculos de pertencimento a um lugar ambientalmente situado e a uma comunidade de prática. A experiência comunitária compartilhada e coproduzida ao longo da pesquisa possibilita colocar em questão as certezas e convicções dos sujeitos ali implicados, possibilita o contínuo debate, proporcionando uma experiência democrática que se caracteriza não pela prevalência da vontade de uma suposta maioria, mas pelo exercício da dúvida, pela possibilidade de exercer a crítica. Com as e nas práticas deste particular espaço comunitário foi possível acompanhar o desenvolvimento de habilidades relacionadas às técnicas de horticultura no espaço urbano mas também experiências de aprendizagem que provocam deslocamentos de ordem subjetiva, que incluem tanto habilidades em termos sensíveis, quanto o desenvolvimento de habilidades em termos políticos. Salientamos que é com a/na prática da experiência de ser comunidade que aprendemos também sobre sua própria precariedade, contingência e necessidade de reexame.
The thesis presented here considers the analysis of a urban garden located at Lomba do Pinheiro neighbour, in Porto Alegre city, at the Rio Grande do Sul state in Brazil to understand how the learning process occurs community places. Our general aim to know the learning experiences in this context. We follow an ethnographic approach through participant observation, developed between 2017 and 2019, and through interviews with the apprentice group linked to the community initiative. We invoke an ontological idea of learning during the workflow based on the principle of participation in shared practices with other humans or non-humans. This perspective is about learning how to learn to be, live, and acquire skills while building bonds of belonging to an environmentally situated place and a community of practice. The shared and co-produced community experience throughout the research makes it possible to question the certainties and convictions of the subjects involved therein, it enables continuous discussion, providing a democratic experience that is characterized not by the prevalence of the will of a supposed majority, but by the exercise of doubt, for the possibility of exercising criticism. During the practices in those specifical community places, it was possible to observe the development of skills related to horticulture techniques in urban areas and learn about the experiences that cause shifts of a subjective nature, including developing both skills sensitive and political terms. We emphasize that it is with/in the practice of the experience of being a community that we also learn about its precariousness, contingency and need for review. |
