| Resumen: | A presente pesquisa visa investigar a representação dos focos de violência na narrativa de Selva Almada, a partir da análise de sua trilogia: El viento que arrasa (2012); Ladrilleros (2013) e No es un río (2021). Nessas obras, a violência está presente em várias formas, seja física, simbólica, política ou cultural (CRETTIEZ, 2011). Os elementos encontrados nos romances permitem desenvolver o processo de reflexão e crítica social, no qual os temas abordados refletem a sociedade contemporânea e representam a literatura realista. A hipótese de investigação postula que as narrativas de Selva Almada criam recursos literários para difundir os contextos atuais e divulgam a literatura empenhada (CANDIDO, 1988). Nesse sentido, o trabalho busca comprovar tal postulado, com base na análise das referidas produções, e verificar de que maneira a violência se configura nessas composições desta escritora respondendo às perguntas: Quem é Selva Almada e o que escreve? Qual o campo historiográfico literário a que sua trilogia pertence? Quais as violências que predominam nas narrativas e como se consolidam em suas obras? Para proceder à investigação, a discussão aborda, primeiramente, o percurso de Almada, relacionando-o a sua trajetória pessoal, acadêmica e profissional, bem como a posição que a escritora ocupa na literatura contemporânea latino-americana. Após o panorama geral da vida e obra da escritora, analisamos a violência em suas narrativas e retomamos os estudos de Bakhtin no que se refere à teoria de Cronotopos (tempo e espaço). Os recorrentes protagonismos, masculino e feminino, também são discutidos, trazendo pontos de reflexão. No estudo realizado, observamos que existe uma incidência no que diz respeito às questões de violência contemporânea, estreitando laços com a realidade vivida na atual sociedade.E essa violência surge no plural, pois observamos que não existe uma única violência, e sim, muitas. Dentre elas, as violências estrutural e simbólica são evidentes nas ações vividas e/ou praticadas pelas personagens, devido à exposição à atual sociedade. À vista disso, podemos afirmar que existe uma conformação de uma violência estrutural e simbólica na relação entre homens e mulheres, que nutre uma ideologia hegemônica patriarcal, havendo uma denúncia social que se faz presente na atualidade, e retrata o pensamento, o espaço e o tempo na contemporaneidade, refletindo o Novo Realismo. Portanto, a literatura de Selva Almada torna-se relevante para o atual panorama literário de autoria de mulher latino-americana, bem como para a formação crítica-social dessa geração.
This research study aims to investigate the representation of events of violence in Selva Almada’s narrative, by analyzing her trilogy: El Viento que Arrasa (2012); Ladrilleros (2013) and No es un río (2021). In these novels, violence is present in several ways, whether physical, symbolic, political or cultural (CRETTIEZ, 2011). The elements found in the novels allow the development of a process of reflection and social criticism, and the addressed topics reflect contemporary society and represent realistic literature. The research hypothesis indicates that Selva Almada’s narratives create literary resources to spread the current contexts and promote committed literature (CANDIDO, 1988). In this regard, the study aims to prove this premise, by analyzing those texts, and to verify how violence takes its form in the writer’s compositions by answering these questions: Who is Selva Almada and what does she write? What is the literary historiographical field to which this trilogy belongs? What kinds of violence prevail in the narratives and how do they consolidate in her books? To carry out the investigation, first, the discussion addresses Almada’s history, linking it to her personal, academic and professional history, as well as the position the writer occupies in contemporary Latin American literature. After providing a general overview of the author’s life and work, we analyze how violence is portrayed in her works, based on Bakhtin’s studies regarding the theory of Chronotopes (time and space). The recurring male and female protagonism is also discussed, bringing points of reflection. In the study, we found there is an incidence of contemporary issues of violence, strengthening ties with the reality lived in today’s society.Also, this violence emerges as plural, because we find there is not a single violence, but many. Among them, the structural and symbolic violence are evident in the actions lived and/ or practiced by the characters, due to exposure to current society. Therefore, we can state there is a formation of structural and symbolic violence in the relationship between men and women, which nourishes a patriarchal hegemonic ideology, and a social complaint that is present today, and portrays thought, space and time in contemporaneity, reflecting the New Realism. Thus, Selva Almada’s literature becomes relevant for the current literary panorama by a Latin American woman writer, as well as for the critical-social formation of this generation. |
