| Resumen: | Este trabalho está dividido em uma parte teórica e outra criativa. A teórica, intitulada Parede, com o subtítulo A inutilidade da velhice sob a perspectiva capitalista e a escrita como possibilidade de transformação dessa narrativa, é um ensaio e tem por objetivo analisar a estigmatização da velhice na cultura capitalista ocidental e como a escrita pode transformar essa narrativa. Para explicar a “inutilidade da velhice sob a perspectiva capitalista”, me valho dos estudos históricos da autora Simone de Beauvoir (1970), em sua obra A velhice; e para pensar a respeito dos valores capitalistas que estimulam a estigmatização das pessoas idosas, destaco as obras A utilidade do inútil: um manifesto, de Nucio Ordine (2016); e A sociedade do cansaço, do filósofo Byung-Chul Han (2015). A respeito da proposta da escrita como possibilidade de transformação dessa narrativa, ancoro os argumentos nos estudos de Gilles Deleuze (2006), principalmente, no livro Crítica e clínica. Minha pesquisa também lança o olhar na poesia e trajetória de vida dos escritores Manoel de Barros e Cora Coralina. Além da base bibliográfica, o ensaio conta com recortes de duas entrevistas concedidas, por escrito, especialmente para a realização deste trabalho. A primeira entrevista é da colega, jornalista escritora Maria Luiza Estima; e a segunda é do professor e escritor Luiz Antonio de Assis Brasil. A parte criativa deste trabalho recebe o nome de Mosaico, e é constituída de relatos a partir de memórias de encontros passageiros (exceto pelo primeiro texto, intitulado “Seja feliz”, que é introdutório e é um relato pertencente à minha família). A construção dos relatos surge das memórias a respeito dos encontros e de percepções pessoais psicológicas e sociais sobre as pessoas de cada texto, com arranjos ficcionais para atribuir-lhes o sentido desejado.
This work is divided into a theoretical and a creative part. The theory, entitled Parede, with the subtitle A inutilidade da velhice sob a perspectiva capitalista e a escrita como possibilidade de transformação dessa narrativa, is an essay and aims to analyse the stigmatization of old age in Western capitalist culture and how writing can transform this narrative. To explain the “uselessness of old age from a capitalist perspective”, I use the historical studies of the author Simone de Beauvoir (1970), in her work A velhice; and to think about the capitalist values that encourage the stigmatization of the elderly, I highlight the works A utilidade do inútil: um manifesto, by Nucio Ordine (2016); and A sociedade do cansaço, by the philosopher Byung-Chul Han (2015). Regarding the proposal of writing as a possibility of transformation of this narrative, I anchor the arguments in the studies of Gilles Deleuze (2006), mainly in the book Crítica e Clínica. My research also looks at the poetry and life trajectory of the writers Manoel de Barros and Cora Coralina. In addition to the bibliographic base, the essay has excerpts from two interviews given, in writing, especially for the accomplishment of this work. The first interview is with a colleague, journalist and writer Maria Luiza Estima; and the second is by professor and writer Luiz Antonio de Assis Brasil. The creative part of this work is called Mosaico, and is made up of reports based on memories of passing encounters (except for the first text, entitled “Be happy”, which is introductory and is a story belonging to my family). The construction of the reports arises from memories about the meetings and from personal psychological and social perceptions about the people in each text, with fictional arrangements to attribute the desired meaning to them. |
