Resumo: | Esta pesquisa tem como objetivo analisar a percepção fonológica da vogal epentética em encontros consonantais mediais do inglês por aprendizes de inglês como L2, com níveis de proficiência básico a avançado. Como objetivos específicos têm-se i) analisar a relação entre o nível de proficiência em inglês como L2 dos participantes e a percepção da epêntese vocálica; ii) investigar a relação entre grau de imersão na língua inglesa declarado pelos participantes e a percepção de epêntese vocálica revelada; iii) analisar a relação entre o condicionamento da qualidade segmental das consoantes que compõem o encontro consonantal, tanto em relação ao ponto quanto ao modo de articulação, e a existência do encontro consonantal no sistema fonológico das duas línguas, português e inglês, ou no de apenas uma delas, para a percepção da epêntese vocálica. Tais objetivos serão perseguidos a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação (Labov,1972), com foco no papel da variação na aquisição da L2, conforme Young (1999), Bayley (2005) entre outros. Com relação à aprendizagem fonético-fonológica da L2 e ao papel da imersão nessa aprendizagem, este estudo considera ainda o Modelo de Aprendizagem da Fala proposto por Flege (1995, 2021). O corpus para a realização do trabalho conta com 30 falantes de inglês como língua estrangeira, com idades entre 18 e 59 anos e com nível de proficiência de básico A2 a proficiente C2, de acordo com o quadro comum europeu (CEFR). Os participantes foram convidados a realizar duas tarefas de percepção, sendo elas de identificação e de discriminação, elaboradas com o auxílio do software Psychopy (versão 2022.2.4).Os dados de percepção foram submetidos à análise estatística por meio da plataforma RStudio. Os resultados obtidos para as variáveis linguísticas apontaram que os segmentos desvozeados [t] e [∫] apresentaram taxas significativas de acertos da percepção da epêntese vocálica como contexto precedente. A variável tipo de encontro consonantal obteve encontros consonantais existentes apenas no inglês com maior número de acertos. A variável tipo de cluster demonstrou que encontros consonantais constituídos por uma sequência de consoante não vozeada e vozeada apresentaram maior taxa de acertos. Sobre o acento, obteve-se maior taxa de acertos em encontros consonantais existentes na fronteira entre sílaba tônica e átona ou átona e tônica, conforme esperado. Quando relacionado a número de sílabas, os resultados apontaram que palavras com quatro, três e duas sílabas obtiveram alta taxa de acertos. Sobre contexto morfológico, obteve maior taxa de acertos em palavras em que o encontro consonantal estava na fronteira entre radical e sufixo. Quando relacionado a tempo de duração, palavras com vogais que apresentaram maior duração obtiveram maior número de acertos. Os resultados não linguísticos apontaram que níveis de proficiência mais avançados obtiveram maior número de acertos nos testes de percepção, assim como a maior frequência de contato com a língua inglesa apresentou maior taxa de acertos também. This study aims at analysing the phonological perception of insertion of na epenthetic vowel in medial clusters by learners of English as a non-native language from basic to advanced levels of language proficiency. The specific goals are (i) verifying whether the level of proficiency of English as L2 and the perception level of vowel epenthesis are related, (ii) investigating the relation between years of English learning as L2 and the level of perception of vowel epenthesis; iii) analyze the relationship between the conditioning of the segmental quality of the consonants that make up the consonant cluster, both in relation to the point and the mode of articulation, as well as in relation to the existence of the consonant cluster in the phonological system of the two languages, Portuguese and English, or in just one of them, and the perception of vowel epenthesis in parts. Such goals will be pursued based on the theoretical-methodological assumptions of the Theory of Variation (LABOV, 1972), focusing on the role of variation in L2 acquisition, according to Young (1999), Bayley (2005), among others. Regarding L2 phonetic-phonological learning and the role of immersion in this learning, this study also considers the Speech Learning Model proposed by Flege (1995). The corpus of the study is composed of 30 English speakers of English as a foreign language. Their proficiency level is from basic A2 to advanced C2 according to the Common European Framework of References for Languages, and ages vary from 18 to 59. Participants were invited to perform two perception tasks, identification and discrimination tests, prepared with the help of the Psychopy software (version 2022.2.4). The perception data was subjected to statistical analysis using the RStudio platform.The results obtained for the linguistic variables showed that the voiceless segments [t] and [∫] presented significant success rates as a preceding context. The variable type of consonant cluster obtained consonante clusters that only exist in English with the highest number of correct answers. The cluster type variable demonstrated that consonant clusters consisting of a sequence of voiceless and voiced consonants presented a higher rate of correct answers. Regarding accent, a higher success rate was obtained in consonante clusters existing between stressed and unstressed or unstressed and stressed syllables, as expected. When related to the number of syllables, the results showed that words with four, three and two syllables had a higher rate. Regarding morphological context, he obtained a higher rate in words in which the consonant cluster was between radical and suffix. When related to duration, words with vowels that had longer duration obtained a greater number of correct answers. The non-linguistic results showed that more advanced proficiency levels obtained a greater number of correct answers in the perception tests, as well as the more frequent contact with English also presented a higher rate of correct answers. |