Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/3530
Tipo: masterThesis
Título: Natureza humana e moralidade: sobre o lugar e o papel da antropologia na filosofia moral de Kant
Autor(es): Gaboardi, Jociéli Jorge
Orientador: Souza, Draiton Gonzaga de
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Data de Publicação: 2008
Palavras-chave: FILOSOFIA
KANT, IMMANUEL - CRÍTICA E INTERPRETAÇÃO
ANTROPOLOGIA
ÉTICA
MORALIDADE
PRAGMÁTICA
Resumo: The present study has the objective to comprehend the place and the role anthropology exercises inside Kant’s moral thought. The starting point taken is the statement of the philosopher in Logic (1800), where the answer to the question “what is the man?” also answers other questions, either of religious and metaphysic nature or moral (1992, p. 42, Ak 25). With such statement, Kant attributes to anthropology great responsibility, since puts it as essential point by where the knowledge of those three learning would go through. Yet, the demand of the Kantian model of fundamental a priori of morality seems to present itself as a barrier to knowledge development that would offer answers to that last dimension. From this difficulty, it is searched to comprehend, first place, why Kant elevated anthropology to such status, since the Groundwork of the metaphysics of morals (1785) that demands non-addition of any empiric elements, including anthropologic, to finish up his efforts. For so, it is investigated, second place, the type of relation anthropology establishes with moral philosophy and show the Kantian anthropology method specificity, which assures to it a place of domain of moral application. In the course of the text, a rescue is performed from part of Idea for a universal history from a cosmopolitan point of view, 1784, Religion within the boundary of mere reason, 1793, and Conflict of the faculties, 1798 (a), analyzing them and trying to show that all them have in common a pragmatic analysis of human nature. This kind of analysis goes developing until it culminates in the text of 1798 (b), Anthropology from a pragmatic point of view, where Kant, between other things, retakes fundamental thesis from those writings. At last, it is concluded that there was an enlargement in the way Kant conceives the philosophic study task over human nature in the 1784 text to the 1798b text. Thanks to this expansion, expressed fundamentally in the improvement of its point of view over world and man relation, Kant did not move away from the purposes of his critical philosophy by attributing to anthropology a pragmatic investigative way. With this, at the same time, he opened a path to a new way to approach ethical relations. By means of anthropology, made it possible to think either practical rules that orient the more appropriate manner to meet final moral desired, or theoretical rules that say which is the more adequate end, to which all men can and must submit. Evidencing favorable and unfavorable aspects to the execution of those rules, the pragmatic anthropology is put, then, as a fundamental allied of Kant morality project.
O presente estudo tem como objetivo compreender qual o lugar e que papel exerce a antropologia dentro do pensamento moral de Kant. Toma-se como ponto de partida a afirmação do filósofo na sua Lógica (1800), onde se lê que a resposta à pergunta “que é o homem?” responde também a outras perguntas, tanto de natureza metafísica e religiosa, quanto moral. (1992, p. 42, Ak 25). Com tal afirmação, Kant atribui à antropologia grande responsabilidade, pois a coloca como ponto indispensável por onde passaria o conhecimento daqueles três saberes. Todavia, a exigência do modelo kantiano de fundamentação a priori da moralidade parece apresentar-se como uma barreira ao desenvolvimento do conhecimento que ofereceria respostas àquela última dimensão. A partir dessa dificuldade, busca-se compreender, em primeiro lugar, por que Kant elevou a antropologia a tal status, haja vista a prescrição da Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), que exige a não-adição de quaisquer elementos empíricos, inclusive antropológicos, para levar a cabo os seus esforços. Para isso, investiga-se, em segundo lugar, o tipo de relação que a antropologia estabelece com a filosofia moral e mostra-se a especificidade do método da antropologia kantiana, o qual assegura a essa um lugar no domínio de aplicação da moral. No decurso do texto, faz-se um resgate de parte das obras Idéia de uma história universal com um propósito cosmopolita, de 1784, Religião nos limites da simples razão, de 1793, e O conflito das faculdades, de 1798 (a), analisando-as e tentando mostrar que todas possuem em comum uma análise pragmática da natureza humana. Esse modo de análise vai-se desenvolvendo até culminar no texto de 1798 (b), Antropologia de um ponto de vista pragmático, no qual Kant, entre outras coisas, retoma as teses fundamentais daqueles escritos. Por fim, conclui-se que houve um alargamento no modo de Kant conceber a tarefa do estudo filosófico sobre a natureza humana do texto de 1784 até o texto de 1798b. Graças a essa expansão, expressa fundamentalmente no Graças a essa expansão, expressa fundamentalmente no aprimoramento do seu ponto de vista sobre a relação homem e mundo, Kant não se distanciou dos propósitos de sua filosofia crítica pelo fato de atribuir à antropologia um modo investigativo pragmático. Com isso, ao mesmo tempo, ele abriu caminho para uma nova maneira de abordar as relações éticas. Por meio da antropologia, tornou-se possível pensar tanto regras práticas, que orientam qual a maneira mais adequada de se chegar ao fim moral desejado, quanto regras teóricas, que dizem qual é o fim mais adequado, ao qual todo homem pode e deve se sujeitar. Ao evidenciar aspectos favoráveis e desfavoráveis à execução daquelas regras, a antropologia pragmática põe-se, assim, como a fundamental aliada do projeto de moralidade de Kant.
URI: http://hdl.handle.net/10923/3530
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