Utilize este identificador para citar ou criar um atalho para este documento: https://hdl.handle.net/10923/3729
Tipo: masterThesis
Título: Emergência psiquiátrica no hospital geral: prevalência do uso de benzodiazepínicos em idosos e não idosos e suas associações
Autor(es): Nogueira, Eduardo Lopes
Orientador: Cataldo Neto, Alfredo
Editora: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Programa: Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica
Data de Publicação: 2012
Palavras-chave: MEDICINA
GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
ENVELHECIMENTO
PSICOTRÓPICOS
MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Resumo: O processo de envelhecimento é um fenômeno mundial que ocorre de forma mais acelerada em países em desenvolvimento com é o caso do Brasil. Mesmo que os efeitos do envelhecimento populacional não tenham sido adequadamente medidos nos setores de emergência, é reconhecido na literatura que a faixa etária idosa tem maiores chances de necessitar de cuidados de saúde e de utilizar várias medicações, entre estas, as psicotrópicas. Este panorama é mais acentuado quando tais indivíduos têm a sua saúde mental comprometida. A literatura científica aponta que a alta prevalência do uso de psicotrópicos em idosos é decorrente da prescrição inapropriada e da indicação não médica combinados à tendência à cronicidade, abuso ou dependência relacionada a subgrupos destes medicamentos, neste caso, destacando-se a classe dos benzodiazepínicos. O presente trabalho objetivou estudar a prevalência e as características mais associadas ao uso atual de benzodiazepínicos em uma amostra de pacientes avaliados pela consultoria psiquiátrica em um setting de emergência. Os resultados evidenciaram frequências muito altas de uso de benzodiazepínicos entre os pacientes idosos. Outro resultado relevante mostrou que os benzodiazepínicos foram a classe de psicotrópicos mais comumente indicada pelos psiquiatras de plantão. Na amostra total (N:1113), pouco mais da metade dos idosos (≥65 anos), 44,0% da faixa etária de meia-idade (45-64 anos) e 33,6% dos adultos mais jovens (18-44 anos) eram usuários regulares de benzodiazepínicos (p<0,001).Utilizando a regressão de Poisson com estimativa de Razões de Prevalência (RP), o uso de benzodiazepínicos mostrou-se independentemente associado com o aumento da idade: RP=1,261 para o grupo 35-49 anos (p=0,024), RP=1,400 para o grupo 50-64 anos (p=0. 007), RP=1,699 para o grupo 65-79 anos (p<0,001); para o grupo ≥80 anos a RP de 1,343 não alcançou significância estatística (p=0,387). Outras relevantes associações independentes foram encontradas para transtorno de personalidade (RP=1,465, p=0,004), presença de comorbidade médica não psiquiátrica (PR=1,290, p =0,006) e risco de suicídio (RP=1,200, p=0,032). Deve-se ressaltar que tais evidências devem ser reproduzidas e aprofundadas em outros serviços de emergência em Hospitais gerais, emergências psiquiátricas e setores de admissão considerando que esses fatores não justificam o uso dessa classe de psicotrópicos. A alta prevalência do uso de benzodiazepínicos em contexto de emergência detectada no presente trabalho é preocupante, especialmente no caso de indivíduos idosos, já que setores de emergência de Hospitais gerais prestam um serviço de saúde essencial à população e, por vezes, são a primeira oportunidade de acesso à assistência em saúde mental para um número considerável de indivíduos. Mais estudos com análises controladas devem ser conduzidos em amostras de emergência, já que trabalhos que produzem resultados de associação robustos neste contexto são raros, mas fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento na área da medicina de emergência.
The aging process is a worldwide phenomenon that occurs more rapidly in developing countries like Brazil. Even if the effects of aging have not been adequately measured at emergencies, is well documented that aged people are more likely to need health assistance and use various medications, among these, psychotropic. This panorama is more pronounced when these individuals shows mental health impairment. The scientific background indicates that the high prevalence of psychotropic use in the elderly is due to inappropriate prescribing and non medical use combined with higher chronicity rates, abuse or dependence related to subgroups of these drugs, especially benzodiazepines. This study investigated the prevalence and characteristics associated with current use of benzodiazepines in a sample of patients evaluated by a psychiatric consultation at emergency setting. The results showed very high frequency of benzodiazepines use among elderly patients. Another important result showed that benzodiazepines were the most common class of drugs indicated by psychiatrists on duty. In the total sample (N:1113), just over half of the elderly (≥65 years), 44. 0% of the middle-aged group (45-64 years) and 33. 6% of the younger adults (18-44 years) were regular users of benzodiazepines (p<0. 001).Using Poisson regression to estimate prevalence ratios (PR), benzodiazepine use was independently associated with increasing age: RP=1. 261 for the group of 35-49 years (p = 0. 024), PR=1. 400 for group of 50-64 years (p=0. 007), PR=1. 699 for the group of 65-79 years (p<0. 001); for the age group of 80 years or more show PR of 1. 343 but not reach statistical significance (p=0. 387). Other significant independent associations were found for personality disorder (PR=1. 465, p=0. 004), presence of non-psychiatric medical comorbidity (PR=1. 290, p=0. 006) and suicide risk (PR=1. 200, p=0. 032). It´s important to emphasize that such evidence should be replicated and refined in other emergency rooms of general hospitals, psychiatric emergencies and admission services considering that these factors do not justify the use of this class of psychotropic drugs. The high prevalence of benzodiazepine use in emergencies detected in this study is worrisome, especially for the elderly, since the emergencies of general hospitals provide a vital assistance to the population and are sometimes the first opportunity to receive mental health care for a considerable number of individuals. Other controlled studies should be conducted on emergency samples because works that may produce robust results in this context are rare, but critical to improve knowledge in the field of emergency medicine.
URI: http://hdl.handle.net/10923/3729
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