Abstract: | Esta dissertação analisa a prática autoficcional de Lygia Fagundes Telles em invenção e memória, iniciando por um percorrido teórico pelo tema da autoficção, desde a invenção do termo até sua elaboração conceitual. Aborda, também, o acalorado debate que a categoria suscitou no meio acadêmico francês, vindo a transcender fronteiras e sua recepção e repercussão no meio literário brasileiro. Além disso, estabelece um diálogo com a psicanálise e com sua concepção de divisão subjetiva, que impactou a forma mediante a qual a subjetividade, desde o século XX, passou a se expressar. A partir dessas abordagens, analisam-se cinco contos da escritora na referida obra, a saber, “Que se chama solidão”, “Suicídio na granja”, “Cinema Gato Preto”, “Rua Sabará 400” e “Nada de novo na Frente Ocidental”. Nesses, observa-se a presença de estratégias híbridas, sobretudo o hibridismo entre o discurso autobiográfico e o ficcional, que caracteriza a prática autoficcional, além de compreendê-la como expressão das diferentes nuances da divisão do eu, formuladas conceitualmente pela psicanálise.
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