| Resumo: | A presente dissertação, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS, especificamente na Área de Concentração denominada Ética e Filosofia Política e Linha de Pesquisa designada como Estado e Teorias da Justiça, tem por objetivo sustentar a hipótese de que se pode percorrer a obra de Georges Didi-Huberman a partir de um certo entendimento sobre a categoria do Limite. Para tanto, tem-se como intuito desenvolver o argumento de que o Limite não é somente condição de impossibilidade, mas também condição de possibilidade. Sendo assim, a impotência pode inverter-se no seu oposto, tornando-se potência. Entende-se, em linhas gerais, que o pensamento desenvolvido por Didi-Huberman é uma reproposição da relação entre a tradição visual da história e a representação. Acredita-se ser possível interpretar essa reproposição tendo o Limite como fundamento, uma vez que, se a representação deve ser pensada com a sua rasgadura, seu sintoma, é porque este movimento expõe o Limite, aquilo que permite o ser das coisas, de maneira que a forma dada por ele sirva como solo para a sua transgressão, levando as coisas ao além de si exigido pelo desejo.Optou-se, para isso, por fazer um corte didático da obra de Didi-Huberman, cujo marco divisor é o livro Imagens apesar de tudo, sendo a primeira parte voltada para a arte e a segunda para a política, ainda que os pressupostos de abordagem sejam os mesmos tanto para um tema quanto para o outro e, por isso mesmo, acabem andando lado a lado. Trabalhar-se-á, ao longo do texto, alguns pontos considerados fundamentais para a obra de Didi-Huberman, demonstrando como se pode derivar uma concepção de Limite ao analisá-los. São eles a representação e a rasgadura; o anacronismo; a forma e a transgressão; a Pathosformel; a história da arte como luta das experiências; a semelhança informe; a esperança e, por fim, a escrita ensaística, sua ligação com a comunidade e com uma genuína crítica à violência.
The present dissertation, developed in the Postgraduate Program in Philosophy at PUCRS, specifically in the Concentration Area called Ethics and Political Philosophy and Line of Research called State and Theories of Justice, aims to support the hypothesis that one can go through the work of Georges Didi-Huberman based on a certain understanding of the category of Limit. To this end, the aim is to develop the argument that the Limit is not only a condition of impossibility, but also a condition of possibility. Therefore, impotence can be inverted into its opposite, becoming potence. It is understood, in general terms, that the thought developed by Didi-Huberman is a reproposition of the relationship between the visual tradition of history and representation. It is believed that it is possible to interpret this reproposition having the Limit as its foundation, since, if the representation must be thought of with its rend, its symptom, it is because this movement exposes the Limit, that which allows the being of things, so that the form given by it serve as a ground for its transgression, taking things to the beyond itself required by desire.For this purpose, a didactic clipping of Didi-Huberman's work was made, whose defining landmark is the book Images in Spite of All, with the first part focused on art and the second on politics, even though the approach assumptions are the same for one theme and the other and, as a result, they end up walking side by side. Throughout the text, some points considered fundamental to Didi-Huberman's work will be discussed, demonstrating how a conception of Limit can be derived by analyzing them. They are representation and rend; anachronism; form and transgression; Pathosformel; the history of art as a struggle of experiences; the dissimilar similitude; hope and, finally, essayistic writing, its connection with the community and a with a genuine critique of violence. |
